A pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o
Juízo da Vara do Crime Organizado da Capital retirou neste domingo
(7/6) o sigilo dos autos judiciais da segunda etapa da Operação O2, que
cumpriu no sábado pela manhã cinco dos seis mandados de prisão preventiva
expedidos - um ainda está pendente de cumprimento - e 14 mandados de busca e
apreensão em cinco municípios dos Estados [do] de Santa Catarina, Rio de Janeiro e
de São Paulo.
O pedido para tornar público o processo judicial foi feito por
Promotores de Justiça que atuam na Força-tarefa que apura supostos crimes
contra a administração pública ocorridos em processo de dispensa de licitação
para aquisição emergencial pelo Estado de 200 respiradores ao custo de R$ 33
milhões pagos de forma antecipada, sem a exigência de qualquer garantia e sem
as mínimas cautelas quanto à verificação da idoneidade e da capacidade da
empresa vendedora.
"Há evidente interesse público no conhecimento dos fatos ora em
apuração, especialmente porque envolvem a possibilidade de malversação de
substancial montante de recursos públicos, que deveria ter sido empregado para
aquisição de equipamentos para auxiliar no tratamento dos acometidos pela
COVID-19. E também em homenagem ao princípio constitucional da
publicidade dos atos administrativos e da transparência da atuação dos órgãos
públicos", argumentaram os integrantes da Força-tarefa ao requererem a
retirada do sigilo.
Na primeira fase da Operação O2, foram cumpridos 36 mandados de busca e
apreensão. Ao todo foram apreendidos 19 celulares, 17 computadores e mais 33
mídias eletrônicas diversas - HD, pendrive, tablet. Desde então, já foram
colhidos 41 depoimentos e interrogatórios, o que totaliza 40 horas e 41 minutos
só de áudio.
As investigações apuram possíveis crimes de fraude no processo de
aquisição dos respiradores - que sequer foram entregues -, peculato,
organização criminosa, utilização de empresa de fachada e lavagem de
dinheiro.
Autos: 5040138-11.2020.8.24.0023
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