Governo estadual tem prazo até março de 3023 para cumprir decisão da Justiça (Foto: HRTGB/Divulgação)
Após requerimento
do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), por meio de ação de execução
provisória de sentença, a Justiça determinou que o Estado de Santa Catarina
crie, instale e coloque em funcionamento sete leitos de Unidade de Terapia
Intensiva Neonatal (UTIN) no Hospital Regional Terezinha Gaio Basso (HRTGB), em
São Miguel do Oeste, mesmo que ainda pretenda recorrer da decisão. O Estado foi
intimado nesta semana e tem até março de 2023 para comprovar o cumprimento
total da condenação.
Na decisão, o Juízo
da 1ª Vara Cível da Comarca de São Miguel do Oeste adverte ao Estado que, se
deixar de cumprir a sentença, estará incindindo "nas penas de litigância
de má-fé no caso de deixar injustificadamente de obedecer à ordem judicial, sem
prejuízo da responsabilização por crime de desobediência (CPC,art. 536,
§3º)".
Com relação ao
trabalho do MPSC para conquista dos leitos para o Extremo-Oeste, Volpatto
destaca que o sentimento é de dever cumprido diante de uma falha ou omissão do
Estado na saúde de toda uma região. "Não ter nenhum leito de UTI Neonatal
em todo o Extremo-Oeste é um descaso muito sério, um abandono neste ponto da
saúde, que causou mortes e destruiu famílias. Entendemos, como membro do
Ministério Público de Santa Catarina, que todo cidadão catarinense tem o mesmo
direito à saúde e merece o mesmo acesso a ela, na proporcionalidade de sua
população. A ausência total deste serviço aqui representa um atraso de décadas
em igualdade de atendimento com outras regiões", ressalta.
Entenda a ação
Em 2019, o MPSC
ajuizou Ação Civil Pública diante da frequente necessidade de ingressar com
ações judiciais requerendo a transferência de recém-nascidos para UTINs de
outras regiões do Estado. "Exigindo que os recém-nascidos se desloquem por
mais de 100 quilômetros nas precárias estradas da região (até os municípios de
Chapecó e Xanxerê) para receberem atendimento médico, direito este que lhes é
garantido pela Constituição da República", destacou o Promotor de Justiça
Alexandre Volpatto na ação.
A condenação
ocorreu no mesmo ano, porém o Estado interpôs recurso, em que obteve decisão
favorável para suspender os efeitos da sentença, impossibilitando o cumprimento
naquele momento. Porém, no início de julho, o Tribunal de Justiça de Santa
Catarina julgou o mérito da apelação interposta pelo Estado e negou provimento,
mantendo a condenação emitida pelo Juízo da Comarca de São Miguel do
Oeste.
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