FOTO Fernando Frazão/Agência Brasil
Se a ameaça de racionamento de energia deveria servir para
frear o consumo de eletricidade no país, aconteceu o contrário.
Segundo dados divulgados na sexta (29) pela EPE (Empresa de
Pesquisas Energéticas), órgão ligado ao governo federal, o consumo geral em
setembro de 2021, de 41.636 gwh (gigawatts/hora), foi o maior para o mês desde
que essa conta começou a ser feita, em 2004.
Em relação a setembro de 2020, a taxa mensal subiu 3,4%.
Todas as categorias acompanhadas foram além de 2020 nos
gastos. O comércio, com a retomada do consumo presencial na maior parte do
país, avançou 9,2% em um ano (7.278 gwh) e puxou a expansão, seguido pelas
residências (3% a mais).
De acordo com a EPE, a alta no setor de serviços, do qual o
comércio faz parte, tem algumas razões. “O ritmo acelerado da vacinação no país
e o aumento da mobilidade urbana influenciaram na melhora do setor de serviços,
principalmente nos prestados às famílias. O clima mais seco e temperaturas mais
elevadas para setembro também influenciaram”.
Nas residências, o uso de energia cresceu após dois meses
seguidos de retração. As temperaturas acima da média e clima seco em muitos
estados explicam em parte o resultado, com o estímulo para que os brasileiros
ligassem o ar condicionado.
Não à toa, estão nas regiões mais quentes as taxas superiores
de elevação. No Centro-Oeste subiu 7,8%, no Norte, 5,2% e no Nordeste, 4,%). No
Sudeste, houve acréscimo de 3,9% e no Sul do país, dos locais mais frios do
Brasil, ocorreu uma queda de 4,8%.
As indústrias também gastaram mais, 14.883 gwh, 1,6% acima do
mesmo período de 2020. É o maior volume para setembro desde 2014. A região
Sudeste, que concentra boa parte das empresas, teve 4,6% de aumento no consumo.
Sete dos dez setores que usam mais eletricidade elevaram seus
gastos de eletricidade, com destaque para a metalurgia (136 gwh de acréscimo).
O consumo geral acumulado em 12 meses totalizou 498.641 gwh,
expansão de 5,5% em relação ao mesmo período anterior.
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