A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia manteve a projeção para o crescimento da economia este ano e elevou a estimativa para a inflação, por influência da alta nos preços dos alimentos. As projeções estão no Boletim MacroFiscal divulgado hoje (17).
A estimativa para o aumento do
Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida em 3,2%, em relação ao boletim
divulgado em novembro do ano passado. O PIB é a soma de todos os bens e
serviços produzidos no país. “As incertezas são elevadas com os desafios de
enfrentamento à pandemia, mas deve-se considerar os indicadores no primeiro
bimestre que apontam continuidade da recuperação da atividade econômica”,
informou a SPE. “Contudo, o desempenho da economia no mês de março ainda é
incerto, devido a novos fatores que estão surgindo em decorrência da
pandemia, como a maior rigidez das regras de distanciamento, e afetam a
atividade econômica”, acrescentou.
De acordo com o boletim os indicadores de confiança refletem melhoras das expectativas de empresários e consumidores, com o indicador do comércio em alta de 0,2% em fevereiro de 2021, ante o mês anterior, com ajuste sazonal, e a confiança do consumidor aumentando em 2,9%. Na projeção para o primeiro bimestre de 2021, espera-se que a indústria, agropecuária e serviços sejam os principais motores para a retomada. Já no comércio, nota-se o segundo arrefecimento seguido no varejo restrito, com recuo de 0,2% em janeiro de 2021 ante o mês anterior, com ajuste sazonal.
Para o Ministério da Economia, o caminho para o maior crescimento econômico passa pela continuidade da agenda de reformas estruturais e políticas de consolidação fiscal. “Dessa forma, a vacinação em massa vai garantir o retorno mais rápido do mercado de trabalho via redução das medidas restritivas de combate à pandemia; a consolidação fiscal vai manter um ambiente econômico propício ao investimento privado, à estabilidade da inflação e ao risco-país menor; e reformas pró-mercado vão dinamizar o crescimento de longo prazo da economia brasileira”, diz o boletim.
Para
os próximos anos, de 2022 a 2025, a estimativa de crescimento do PIB se manteve
em 2,5%. “A manutenção das projeções se deveu, principalmente, à recuperação
econômica do segundo semestre de 2020, com bons resultados da indústria e do
comércio e, no último trimestre, do setor de serviços. Para o primeiro
trimestre deste ano, ainda se espera retração de 0,7% na margem com ajuste
sazonal, com crescimento positivo nos demais trimestres. Essa projeção negativa
no começo do ano advém das novas necessidades de isolamento social em diversas
regiões do país”, explicou a SPE.
Inflação
A
projeção de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
para 2020 é de 4,4%. “O principal responsável pela elevação da projeção foi o
preço dos alimentos. Todavia, as expectativas a partir de 2022 apontam
convergência da inflação para o centro da meta”, diz o boletim.
O
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deverá encerrar este ano com
variação de 4,27%. A projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade
Interna (IGP-DI), que inclui também o setor atacadista e o custo da construção
civil, além do consumidor final, é de 5,06%.
“Conforme
Ata do Comitê de Política Monetária – Copom [do Banco Central], referente à
236ª Reunião, publicada em janeiro de 2021, a recente elevação no preço de commodities internacionais
e seus reflexos sobre os preços de alimentos e combustíveis implicam elevação
das projeções de inflação para meses à frente. Todavia, apesar da pressão
inflacionária mais forte no curto prazo, o comitê manteve o diagnóstico de que
os choques atuais são temporários, ainda que tenham se revelado mais
persistentes do que o esperado”, explicou a SPE.
Para
2021, a meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de
3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para
baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior é 5,25%. Para 2022, a
meta é 3,5%, também com intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para
baixo.
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