Durante coletiva de
imprensa realizada nesta quarta-feira (9), em Brasília, o secretário-executivo
do Ministério da Saúde,
Élcio Franco, afirmou que o Governo Federal tem como prioridade manter a
segurança da população brasileira. A declaração foi dada após o anúncio da
suspensão dos testes da vacina contra a Covid-19, desenvolvida pela
Universidade de Oxford, depois de um voluntário, supostamente, ter sofrido
reação adversa.
Ao ser comunicada
oficialmente pelo laboratório AstraZeneca, a Pasta se posicionou e reforçou o
compromisso em garantir à sociedade acesso a uma vacina segura e eficaz. “Não
buscamos apenas uma vacina contra a Covid-19, estamos investindo em uma vacina
segura e eficaz, em qualidade e quantidade necessárias para imunizar todos os
brasileiros”, destacou Franco.
Ainda segundo o
secretário, o Brasil vai precisar de um processo logístico mais amplo,
principalmente por se tratar de um país com dimensões continentais, que abriga
mais de 210 milhões de habitantes. Inicialmente, de acordo com Élcio Franco, os
cuidados devem priorizar pessoas incluídas no grupo de risco, como idosos,
profissionais de saúde e os de segurança e educação, por exemplo.
Para Élcio, seria
precipitado fazer qualquer afirmação sobre falhas e tomar decisões antes de
qualquer esclarecimento. “O evento ocorrido é natural e precisa ser
investigado. A suspensão dos testes é um procedimento de segurança para que o
evento adverso seja analisado e, assim, certificar a segurança da vacina”,
disse.
Investimento
Desde quando a
pandemia começou a se alastrar, diversos países, incluindo o Brasil, aguardam a
notícia da descoberta de uma vacina que possa proteger as pessoas da Covid-19.
Para isso, essas nações têm investido recursos para ajudar na produção de um
imunobiológico seguro e adequado.
No mês de agosto, o
presidente Jair Bolsonaro, assinou uma Medida Provisória que viabiliza recursos
para produção e aquisição da vacina contra a doença causada pelo novo
coronavírus, que seria desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca e a
Universidade de Oxford, com crédito orçamentário extraordinário de
aproximadamente R$ 2 bilhões.
Na avaliação de
Élcio Franco, o risco da compra adiantada da vacina é inerente à situação
econômica para qualquer país que sofreu com os efeitos adversos causados pela
pandemia. “Vários países estão investindo na promessa de uma vacina segura, de
forma adiantada, sob pena de não ter acesso à imunização quando essa for
comprovada. Portanto, é um risco medido e necessário, sob o aspecto clínico e
tecnológico”, salientou.
O secretário
lembrou, ainda, que a aquisição dessa tecnologia também permitirá o
desenvolvimento de outras vacinas, sendo de domínio total da Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz)
com direito de exploração. “O contrato entre a Fiocruz e a AstraZeneca não
sofrerá qualquer alteração. Além do memorando de entendimento, o acordo da
encomenda tecnológica já foi assinado eletronicamente entre a AstraZeneca da
Inglaterra, do Brasil e da Fiocruz”, explicou Franco.
Outras vacinas
Além da vacina
desenvolvida pela Universidade de Oxford, o Brasil também acompanha o
desenvolvimento de outras vacinas. Nesse sentido, brasileiros participam de um
esforço como voluntários de testes de vacinas contra a Covid-19. Os grupos são
compostos por médicos, enfermeiros, técnicos da área de saúde, que atuam na
linha de frente contra o coronavírus. Ao todo, são cerca de 15 mil voluntários
de várias partes do Brasil.
Uma das vacinas é
desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac e passa por testes elaborados pelo Instituto Butantan,
de São Paulo. A instituição escolheu 12 centros de experimentos em cinco
estados, além do Distrito Federal.
Em todos os casos,
diariamente, eles precisam preencher um formulário relatando algum sintoma
diferente. Depois disso, as informações são analisadas pela equipe médica.
Divididos em dois grupos, metade dos voluntários tomam a vacina e a outra
metade uma substância que não tem efeito nenhum na saúde. No entanto, ninguém
sabe o que está recebendo.
O Brasil participa,
ainda, de outro estudo desenvolvido pela farmacêutica americana Pfizer, que
aplica testes em parceria com o Centro Irmã Dulce, em Salvador, e o Centro
Paulista de Investigação Clínica em São Paulo.
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