Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O ministro da
Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou a inclusão de crianças de 5 a 11 anos no
Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19. A medida foi tomada após análise
dos técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que
aprovaram o pedido da Pfizer para que sua vacina seja aplicada no público
infantil.
“Essa vacina foi
desenvolvida pela indústria Pfizer BioNTech; uma vacina que tem dosagem
diferente, equivalente a um terço da dose da vacina que é aplicada nos adultos.
E isso foi testado através de ensaios clínicos e já logrou a aprovação em
agências respeitáveis, a exemplo do FDA, a exemplo da associação da agência
europeia de medicamentos (EMA) e agora teve o aval da Anvisa, que atestou a
segurança regulatória”, afirma o ministro.
A pasta orienta que
os pais e os responsáveis consultem um médico antes de levar as crianças para
se imunizar, conforme esclarece a secretaria extraordinária de enfrentamento à
Covid-19, Rosana Leite de Melo.
“[É] Imprescindível
que os pais, mães, responsáveis por essas crianças consultem um médico antes de
irem tomar essa vacina. E por que é essa nossa preocupação? A criança
está em pleno desenvolvimento. Nós temos alguns efeitos adversos? Temos. Embora
eles sejam raros, mas nesse público o cuidado tem que ser muito maior. Os pais,
os responsáveis, devem estar presentes manifestando sua concordância com a vacinação”,
orienta.
Segundo Rosana
Leite de Melo, em caso de ausência dos pais ou responsáveis pela criança, a
vacinação só poderá ser realizada mediante um termo de assentimento por
escrito.
De acordo com a
pasta, haverá uma ordem de prioridade para a imunização das crianças de 5 a 11
anos, começando por aquelas com comorbidades, deficiências permanentes,
indígenas, quilombolas e crianças que vivem com pessoas com alto risco para
evolução grave da Covid-19. Na sequência, a recomendação é imunizar as crianças
sem comorbidades, começando pelas mais velhas, que podem apresentar um pouco
mais de sintomas e também saem mais de casa.
Aprovação da Anvisa
Em 16 de dezembro
de 2021, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o pedido
da Pfizer para que sua vacina contra a Covid-19 pudesse ser aplicada em
crianças de 5 a 11 anos. Por conter fórmula diferente, o frasco possui tampa
laranja. O frasco do imunizante para adultos possui tampa roxa.
Os estudos do
imunizante não apresentaram nenhum relato de evento adverso grave ou morte por
conta da vacinação, segundo o gerente geral de medicamentos da Anvisa, Gustavo
Mendes.
“O perfil de
segurança da vacina, quando comparado com o placebo, é muito positivo. Quando a
gente observa qualquer reação adversa, não tem uma diferença importante entre
placebo e vacina. E não há relato de nenhum evento adverso sério de
preocupação. Não há nenhum relato relacionado a casos muito graves ou
mortalidade por conta da vacinação.”
“O Ministério da
Saúde também acompanha eventos adversos relacionados à vacina. Esses eventos
adversos podem acontecer em qualquer faixa etária. A vacina Pfizer pediátrica é
uma vacina que foi aprovada recentemente, no entanto, segundo dados do CDC, nós
já temos mais de 8 milhões de doses dessa vacina aplicadas e, até o momento,
não foi feito um alerta de segurança maior”, esclarece o ministro da Saúde,
Marcelo Queiroga.
Em relação à
eficácia, o grupo que tomou o placebo apresentou uma incidência maior de casos
de Covid-19 se comparado ao grupo que tomou a vacina da Pfizer. Portanto, os
técnicos estimaram uma eficácia de 90%.
Diferença entre as vacinas para adultos e crianças
A principal
diferença entre as vacinas é que o imunizante pediátrico possui uma dosagem de
10 microgramas, enquanto o de adultos possui 30 microgramas.
Outras diferenças
são:
Volume de
injeção:
Adultos: 0,3 ml /
Crianças: 0,2 ml
Concentração de
mRNA:
Adultos: 0,5 mg/ml
/ Crianças: 0,1 mg/ml
Doses por
frasco:
Adultos: 6 doses /
Crianças: 10 doses
Quantidade de
diluente:
Adultos: 1,8 ml /
Crianças: 1,3 ml
Armazenamento:
Adultos: 1 mês em
2° a 8° C / Crianças: 10 semanas em 2° a 8° C
Distribuição das doses
Segundo o último
censo demográfico, o país possui 20 milhões de crianças de 5 a 11 anos de
idade. Em 28 de dezembro de 2021, o Ministério da Saúde formalizou um termo
aditivo com a Pfizer, que garante as primeiras 20 milhões de doses pediátricas,
que deverão ser entregues ainda no primeiro trimestre de 2022.
O secretário
executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, destaca a novidade do terceiro
contrato com a farmacêutica.
“A primeira
novidade é que a gente tem direito sempre a vacina mais atual. Se eventualmente
surgir uma nova cepa e o laboratório desenvolver uma vacina mais atual que
possa cobrir essa cepa, então o ministério tem direito a receber essas doses da
vacina mais atual. A segunda novidade é que o contrato abarca também a
possibilidade de aquisição de doses que possam contemplar todas as idades
incorporadas ao Plano Nacional de Operacionalização da Covid-19.”
As outras 20
milhões de doses estão garantidas para o segundo trimestre de 2022, mediante
sinalização do Ministério da Saúde. Somente no mês de janeiro, serão
disponibilizadas 3,74 milhões de doses.
“Para todos aqueles
que quiserem vacinar os seus filhos, o Ministério da Saúde vai garantir doses
da vacina e também cuidará para que as normas que foram sugeridas ou
recomendadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em relação
aplicação da vacina, sejam seguidas na ponta”, anuncia o ministro Marcelo
Queiroga.
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