O Ministério da Saúde vai
realizar uma licitação para adquirir pré-anestésicos, anestésicos e relaxantes
musculares, medicamentos utilizados durante a intubação de pacientes, incluindo
os infectados com o novo coronavírus. O anúncio foi feito durante reunião da
Comissão Tripartite da saúde, na última sexta-feira (18), e atende a um pedido
feito por secretarias estaduais e municipais de saúde, que alertaram para o
possível desabastecimento dos remédios em meio à crise.
Durante a reunião,
o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, ressaltou a parceria de órgãos
ligados ao tema e a oportunidade de estreitar relações. “Temos que estar
alinhados às diversidades e diferenças necessárias, porque elas são
efetivamente o que somam no processo decisório.”
Na opinião do
secretário executivo do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Jurandi Frutuoso,
o assunto merece total atenção do Governo Federal e entidades. “Esse tema vem
preocupando muito todos os estudos do Brasil. Temos recebido muitas informações
a respeito do risco de desabastecimento que o País corre agora, principalmente
quanto aos medicamentos do kit de intubação.”
Sobre a licitação,
o secretário endossou que “vai trazer uma certa tranquilidade, porque o assunto
merece um tratamento com urgência.”
A matéria, segundo
Frutuoso, também foi tratada em reuniões no Ministério Público Federal, em que
reuniu membros do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) e de
fabricantes de remédios.
O Ministério da
Saúde afirmou, durante o encontro, que organizará uma licitação com
fornecedores nacionais dos medicamentos e que estados e municípios de algumas
capitais poderão participar adquirindo quantitativo dos remédios. Segundo a
pasta, que lidera o processo, a compra dos remédios ficará por conta de cada
autoridade local de saúde.
As entidades que
participaram do encontro também pediram a aprovação do Projeto de Lei 3058 de 2020, de autoria do deputado Pedro
Westphalen (PP-RS). O texto prevê a prorrogação do regime especial que
desobriga estados e municípios de apresentar metas quantitativas e qualitativas
para fazer jus a pagamentos repassados no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS) até 31 de dezembro deste ano.
Saúde
Além da licitação
dos medicamentos, o ministério anunciou também uma portaria que vai liberar R$
9,7 milhões a secretarias estaduais em apoio a atividades de gestão,
planejamento e monitoramento das ações de enfrentamento à pandemia do novo
coronavírus. A divisão do aporte será feita de acordo com a quantidade de
municípios de cada unidade federativa – estados com mais de 200 municípios
receberão até R$ 500 mil e os que tiverem menos de 200 municípios receberão até
R$ 275 mil.
Segundo dados
oficiais do governo, o Brasil já tem mais de um milhão de casos confirmados da
doença e contabiliza 50 mil mortos.
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