O Ministério
Público de Santa Catarina (MPSC) emitiu uma orientação à Federação Catarinense
dos Municípios (Fecam) e às polícias civil e militar, em que esclarece sobre os
limites legais das medidas de contenção à pandemia de coronavírus nas cidades
do Estado. Embora reconheça que se trata de uma situação excepcional, o
documento afirma que as barricadas para reter veículos vindos de outros
municípios, adotadas por diversas cidades catarinenses nos últimos dias, são
ilegais.
A orientação é assinada por 14 procuradores e promotores de Justiça, de órgãos especiais do Ministério Público, que integram o Grupo de Trabalho de Apoio aos Órgãos de Execução. O documento diz que medidas de restrição não podem bloquear a circulação de itens essenciais, veículos de transporte de pacientes, água e alimentos. Assim como o trânsito de trabalhadores de atividades essenciais, atividades físicas individuais e por curto período, próximas às residências, e a entrada e saída das cidades.
O documento afirma que os municípios “não detêm competência para decretar restrições genéricas ou imprecisas de ingresso em seu território, tampouco para o fechamento de seus limites”. O texto diz o seguinte: “O simples fechamento de determinado território de município, com barricadas, barreiras policias, etc., impedindo a entrada de não residentes, não guarda pertinência com a finalidade de conter a circulação do vírus, em especial quando não apresenta sustentação em evidências científicas e em análises sobre as informações estratégicas em saúde”.
O Grupo de Trabalho alega que, se há contaminação comunitária – como o governo federal afirma já existir em todo o país – a restrição de circulação pelos municípios não tem efeito para conter a proliferação. E pode, por outro lado, dificultar o atendimento de saúde à população.
O Ministério
Público orienta que cabe aos municípios, nesses casos, estabelecer barreiras
sanitárias – que são diferentes das barreiras físicas. As cidades podem, por
exemplo, verificar a temperatura de quem entra na cidade e questionar as
pessoas sobre eventual contato com casos suspeitos.
De acordo com o
MPSC, neste momento o órgão se limitou às orientações. A situação de cada
município será avaliada caso a caso.
O prefeito de Caçador, Saulo Sperotto, presidente da Fecam, informou
neste sábado (21) que todos os municípios do Estado foram alertados sobre a
orientação do Ministério Público.
- Alguns municípios
estão fazendo restrição, especialmente no Litoral e Médio Vale. Deixamos os
prefeitos cientes de que pode haver questionamento e ação judicial.
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