A 97ª Promotoria
Eleitoral de Itajaí ajuizou uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral em que
representa o Prefeito Municipal, Volnei Morastoni, o vice-Prefeito, Marcelo
Almir Sodré de Souza, o Secretário Municipal de Fazenda, Érico Laurentino
Sobrinho, e mais 14 pessoas por crimes eleitorais relacionados ao financiamento
ilegal de campanha por meio de doações e pagamentos ilícitos que configurariam
a prática de "caixa-dois". O total de doações não contabilizadas
seria de pelo menos R$ 4,5 milhões e ação já foi aceita pela Justiça.
Na ação, a
Promotora de Justiça Eleitoral Cristina Balceiro da Motta e o Promotor de
Justiça Jean Michel Forest, Coordenador Regional do GAECO, pedem a cassação dos
diplomas e perda dos mandatos de Morastoni e Souza, a inelegibilidade de todos
os representados, o pagamento de multas e devolução dos valores arrecadados e a
determinação de novas eleições municipais para os cargos de prefeito e vice.
As suspeitas de
envolvimento do Prefeito Municipal de Itajaí na prática de caixa-dois para o
financiamento de campanha surgiram durante as investigações da Operação Cidade
Limpa, que apuravam o envolvimento de empresas, políticos, e agentes públicos
de municípios da Região de Itajaí em esquemas de fraudes em licitações para a
contratação de serviços pelas prefeituras.
Os indícios
arrecadados pelas investigações, apontam a atuação do Secretário Municipal de
Fazenda de Itajaí, que também foi o tesoureiro, de fato, da campanha à
reeleição do Prefeito, no sentido de recolher doações em dinheiro de empresas e
pessoas físicas. Essas doações não eram registradas nas contas da campanha,
conforme determina a legislação eleitoral, o que configura a prática conhecida
como "caixa-dois de campanha", que abre caminho a outras ilegalidades
na esfera eleitoral, como o abuso do poder econômico, e na penal, outros crimes
eleitorais.
Com efeito, as
apurações coletaram provas e indícios de que o Prefeito e o Secretário da
Fazenda, principalmente, atuavam no sentido de organizar um esquema envolvendo
agentes públicos e empresários na arrecadação ilegal de doações em dinheiro não
contabilizadas e no pagamento de despesas de campanha. As empresas doadoras
mantêm contratos de prestação de serviços com a prefeitura e as doações seriam
uma forma de garantir a elas vantagens nas licitações e nas renovações desses
contratos, entre outros favores.
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