Ministério quer que rede privada ajude no processamento de testes para coronavírus

20/03/2020 - 11h04

Após o Ministério da Saúde admitir que há falta de testes e busca ampliar a produção por meio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e de empresas privadas, representantes do governo disseram nesta quinta-feira (19) que estudam utilizar a rede privada para ampliar a capacidade de processamento de testes para o diagnóstico do novo coronavírus.

De acordo com Wanderson de Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, a medida tem como foco ampliar o uso dos exames também para casos leves. Atualmente, a recomendação do ministério é que o teste seja aplicado somente em casos graves da doença.

"Estamos discutindo conforme orientação do senhor (ministro da saúde) estratégias para ampliarmos a coleta e o processamento de casos leves, usando uma parceria público-privada. Isso está em desenvolvimento e em breve nós teremos aqui mais orientações e informações pra sociedade." - Wanderson de Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde.

Apesar da falta de testes para checagem em massa, como recomenda a estratégia da Organização Mundial da Saúde (OMS), o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, diz que a população que tiver sintomas deve se isolar independentemente do exame positivo.

"Ninguém vai ser prejudicado pelo fato de não fazer o teste. Para que serve o teste? O teste serve para identificar para quem ter coronavírus e fazer com que essa pessoa entre no isolamento. Nós já ampliamos isso, já estamos recomendando isso para que as pessoas que estejam sintomáticas que elas façam o isolamento, independente, do teste." - João Gabbardo, secretário-executivo do Ministério da Saúde

Capacitação dos Estados

Nesta quinta, o secretário de vigilância disse que já foram produzidos e distribuídos pelo Bio-Manguinhos e pela Fiocruz 17 mil testes de um total de 75 mil previstos. Deste contingente, já foram utilizados 2,5 mil.

“O nosso teste é um teste de tempo real. Quando o teste é colocado na máquina, ele fica pronto em uma hora e meia ou duas horas e a gente consegue fazer entre 24 e 32 testes simultaneamente em cada máquina”, disse o secretário.

“A partir de hoje, todos os estados estão capacitados, os técnicos estão capacitados para realizar uma capacidade mensal de 30 a 40 mil exames/mês em toda a rede, mas nós estamos ampliando, colocando mais máquinas e automatizando a estrutura da rede nacional de laboratório”.

De acordo com Wanderson, os estados do Rio de Janeiro, Espirito Santo, Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Sergipe, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul já estão capacitados para a realização dos exames.

Além disso, na quarta-feira (18), foram capacitados os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, Distrito Federal, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Maranhão, Piauí e Ceará.

Segundo o secretário, o planejamento é atingir um milhão de testes para o coronavírus com os laboratórios centrais já capacitados nas 27 unidades da federação. “Um milhão de testes para ser usados na rede de testagem molecular e 300 mil testes para serem usados na rede de testagem”, declarou.

Quem deve ser testado?

O secretário executivo, João Gabbardo disse que a prioridade da realização do teste é para casos graves de covid-19 e testes realizados por meio da rede de unidades sentinelas. “Essa é a nossa preocupação maior”, indagou.

De acordo com Gabbardo, ninguém será prejudicado pela não realização dos testes.

“O teste serve para identificar para quem tem coronavírus e fazer com que essa pessoa entre no isolamento. Nós já ampliamos isso, já estamos recomendando isso para que as pessoas que estejam sintomáticas que elas façam o isolamento”.

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse na segunda-feira (16), que é necessário testar todos os pacientes suspeitos com a doença.

"Não se consegue combater um incêndio com os olhos vendados - você não consegue parar essa pandemia se não souber quem está infectado", relatou diretor da OMS

"Teste, teste, teste. Teste todo caso suspeito. Se for positivo, isole e descubra de quem ele esteve próximo", orientou Tedros.

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