Após o Ministério
da Saúde admitir que há falta de testes e busca ampliar a produção por meio
da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e de empresas privadas, representantes do governo disseram
nesta quinta-feira (19) que estudam utilizar a rede privada para ampliar a
capacidade de processamento de testes para o diagnóstico do novo coronavírus.
De acordo com Wanderson de Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde
do Ministério da Saúde, a medida tem como foco ampliar o uso dos exames também
para casos leves. Atualmente, a recomendação do ministério é que o teste seja
aplicado somente em casos graves da doença.
"Estamos
discutindo conforme orientação do senhor (ministro da saúde) estratégias para
ampliarmos a coleta e o processamento de casos leves, usando uma parceria
público-privada. Isso está em desenvolvimento e em breve nós teremos aqui mais
orientações e informações pra sociedade." - Wanderson de Oliveira,
secretário de Vigilância em Saúde.
Apesar da falta de testes para checagem em massa, como recomenda a
estratégia da Organização Mundial da Saúde (OMS), o secretário-executivo do
Ministério da Saúde, João Gabbardo, diz que a população que tiver sintomas deve
se isolar independentemente do exame positivo.
"Ninguém vai ser
prejudicado pelo fato de não fazer o teste. Para que serve o teste? O teste
serve para identificar para quem ter coronavírus e fazer com que essa pessoa
entre no isolamento. Nós já ampliamos isso, já estamos recomendando isso para
que as pessoas que estejam sintomáticas que elas façam o isolamento,
independente, do teste." - João Gabbardo, secretário-executivo do
Ministério da Saúde
Capacitação dos Estados
Nesta quinta, o secretário de vigilância disse que já foram produzidos e
distribuídos pelo Bio-Manguinhos e pela Fiocruz 17 mil testes de um total de 75
mil previstos. Deste contingente, já foram utilizados 2,5 mil.
“O nosso teste é um teste de tempo real. Quando o teste é colocado na
máquina, ele fica pronto em uma hora e meia ou duas horas e a gente consegue
fazer entre 24 e 32 testes simultaneamente em cada máquina”, disse o
secretário.
“A partir de hoje,
todos os estados estão capacitados, os técnicos estão capacitados para realizar
uma capacidade mensal de 30 a 40 mil exames/mês em toda a rede, mas nós estamos
ampliando, colocando mais máquinas e automatizando a estrutura da rede nacional
de laboratório”.
De acordo com Wanderson, os estados do Rio de Janeiro, Espirito Santo,
Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Sergipe, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do
Sul, Rio Grande do Sul já estão capacitados para a realização dos exames.
Além disso, na quarta-feira (18), foram capacitados os estados do Acre,
Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, Distrito Federal, Paraíba, Pernambuco, Rio
Grande do Norte, Mato Grosso, Maranhão, Piauí e Ceará.
Segundo o secretário, o planejamento é atingir um milhão de testes para
o coronavírus com os laboratórios centrais já capacitados nas 27 unidades da
federação. “Um milhão de testes para ser usados na rede de testagem molecular e
300 mil testes para serem usados na rede de testagem”, declarou.
Quem deve ser testado?
O secretário executivo, João Gabbardo disse que a prioridade da
realização do teste é para casos graves de covid-19 e testes realizados por
meio da rede de unidades sentinelas. “Essa é a nossa preocupação maior”,
indagou.
De acordo com Gabbardo, ninguém será prejudicado pela não realização dos
testes.
“O teste serve para
identificar para quem tem coronavírus e fazer com que essa pessoa entre no
isolamento. Nós já ampliamos isso, já estamos recomendando isso para que as
pessoas que estejam sintomáticas que elas façam o isolamento”.
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom
Ghebreyesus, disse na segunda-feira (16), que é necessário testar todos os
pacientes suspeitos com a doença.
"Não se consegue
combater um incêndio com os olhos vendados - você não consegue parar essa
pandemia se não souber quem está infectado", relatou diretor da OMS
"Teste, teste, teste. Teste todo caso suspeito. Se for positivo,
isole e descubra de quem ele esteve próximo", orientou Tedros.
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