O foguete SpaceX
Falcon 9 transportando a cápsula Crew Dragon com quatro astronautas a bordo
decolou com sucesso na sexta-feira (23) do Cabo Canaveral, na Flórida, para
realizar uma missão na Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em inglês). A
imprensa francesa destaca a participação do astronauta Thomas Pesquet, da
Agência Espacial Europeia (ESA), que será o primeiro francês a comandar
trabalhos na estação.
O foguete decolou
do hangar de lançamento 39 A do centro espacial Kennedy no horário previsto, às
5h49 locais (6h49 em Brasília). Esta é a primeira vez que uma tripulação é
enviada ao espaço com um foguete já utilizado antes.
A viagem em direção
à estação espacial, que está em órbita a 400 km acima da Terra, dura
aproximadamente 24 horas.
A missão Crew-2 da
Nasa é a segunda realizada pela agência espacial americana em parceria com a
SpaceX, empresa de Elon Musk. Devido ao abandono do programa de foguetes
espaciais em 2011, os Estados Unidos dependiam da Rússia para enviar
astronautas ao espaço. No ano passado, o país retomou as atividades com o
apoio da parceria público-privada.
Os quatro membros da equipe Crew 2
são dois astronautas americanos da Nasa – o comandante da missão Shane
Kimbrough, de 53 anos, e a piloto Megan McArthur, de 49 anos –, além do japonês
Akihiko Hoshide, 52 anos, e o francês Thomas Pesquet, de 43 anos, da Agência
espacial europeia.
Pesquet já
tinha efetuado uma primeira missão a bordo da ISS entre novembro de 2016 e
junho de 2017.
Orgulho francês
“Em rota para as
estrelas”, escreve o jornal Le Parisien, que traz na capa uma foto de Pesquet,
“uma das personalidades preferidas dos franceses por suas qualidades
profissionais e humanas”.
Quatro anos após a
sua primeira missão, Thomas Pesquet está prestes a passar mais seis meses em
órbita ao redor da Terra. “Ele não muda. É sempre animado, preciso, curioso e
engraçado”, afirma Laura André-Boyet, instrutora no Centro de Astronautas
Europeus (CAE).
Pesquet será o
primeiro francês e o quarto europeu a comandar os trabalhos na Estação Espacial
Internacional (ISS). Ele também será o francês a passar mais tempo no espaço.
Thomas Pesquet terá
a missão de coordenar centenas de experimentos, reparar a Estação espacial
Internacional e fazer pequenas expedições fora dela. Ele também vai
compartilhar momentos vividos a bordo, como as refeições e duas sessões de
esporte por dia para manter os músculos.
O jornal Libération
estampa uma foto de Pesquet ocupando toda a capa, destacando que essa é a
segunda viagem do astronauta francês ao espaço. Em sua primeira missão, ele
viajou a bordo da antiga cápsula russa Soyouz, que perto do atual módulo parece
“uma lata de sardinha”, destaca a reportagem.
“Eu acredito que a
segunda viagem será mais difícil do que a primeira”, declarou o astronauta.
“Não fisicamente, mas mentalmente, pois já sabemos quando sentiremos medo”,
acrescentou.
“A pandemia tornou
o treinamento mais difícil”, relata Pesquet. Todos os tripulantes foram
vacinados contra a Covid-19, lembra a reportagem “pois seria uma catástrofe
levar o coronavírus para a estação espacial”, completa o texto.
O jornal
conservador Le Figaro destaca que, apesar do orgulho de ter um francês à frente
da missão, a ESA não tem outra escolha para chegar a base, localizada a 400
quilômetros de altitude, do que embarcar em cápsulas russas ou americanas.
O diário lembra
ainda que a China pretende lançar, nas próximas semanas, os primeiros elementos
de sua futura estação espacial, enquanto a Índia também trabalha em um projeto
próprio.
Na Europa, “os
políticos decidiram, no início dos anos 1990, suspender o projeto Hermès que
permitiria aos europeus serem autônomos em voos tripulados”, lamenta Didier
Schmitt, um dos responsáveis estratégicos em robótica da Agência Espacial
Europeia.
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