Moisés diz que SC planeja hospitais de campanha e afirma que vai vetar prorrogação do ICMS

02/04/2020 - 14h50

O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva (PSL), reforçou a importância do isolamento social e atualizou as ações de combate ao coronavírus no Estado em entrevista ao vivo no Jornal do Almoço, da NSC TV, nesta quinta-feira (2). No dia em que a construção civil foi autorizada a retomar as atividades em Santa Catarina, o governador afirmou que, quem tem a possibilidade, deve permanecer em casa.

Questionado sobre a possibilidade de construir hospitais de campanha, assim como São Paulo e outros estados, Moisés afirmou que o plano está na mesa do Governo do Estado, mas indicou que a prioridade é reforçar as unidades de saúde já existentes.

- Conversei com empresários e temos condições de montar hospitais de campanha em 20 dias, com 100 leitos de UTI. A empresa que faz as tendas dos hospitais de campanha no Brasil é catarinense, o que ajuda muito. Mas estamos preferindo investir em unidades que já estejam prontas, mesmo que na modalidade de hospital de campanha (com investimentos temporários). E se houver a instalação de unidades, preferimos fazer próximo de uma unidade hospitalar por termos uma logística ali, de lixo hospitalar, geradores de energia elétrica, oxigênio, tudo que você pode compartilhar entre os hospitais. Mas [a questão] está no escopo, sabemos onde colocar, como fazer. Podemos utilizar essas áreas que foram oferecidas como a Arena Petry ou o Aeroporto Hercílio Luz, e já conversamos com fornecedores de respiradores, que são atualmente o maior impedimento para montar um hospital de campanha - explicou o governador.

Moisés disse que Santa Catarina ainda não sofre com desabastecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs), mas que "não começou ainda o nosso problema". Segundo ele, a situação ficará mais complicada no Estado quando os problemas surgirem em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Prorrogação do ICMS deve ser vetada

A Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) aprovou em sessão na terça-feira (31) um projeto de postergação do pagamento do ICMS por parte das empresas catarinenses. O projeto, no entanto, deve ser vetado pelo Governo do Estado. Moisés disse que o ato afetaria a arrecadação de Santa Catarina e deveria ter sido alinhado com a Secretaria da Fazenda:

- É um projeto genérico, está mal concebido na nossa avaliação. O Governo do Estado pretende vetá-lo, não deixando obviamente de construir alguma solução específica, para setores específicos, mas precisa alinhar com a Fazenda. O governo está precisando de recursos públicos para não parar a saúde, para assistir a população. Qualquer iniciativa ou Projeto de Lei tem que ser responsável e combinado com o governo. 

Questionada sobre o posicionamento do governador, a assessoria de imprensa da Alesc afirmou que o presidente da Casa, deputado Júlio Garcia, só irá se pronunciar após a oficialização do veto.

Ainda sobre a questão financeira do Estado, Moisés afirmou na entrevista que teve uma nova reunião com os governadores do Sul e Sudeste, e na ocasião foi decidido que irão pedir ao Governo Federal uma recomposição imediata das perdas de arrecadação.

- Vamos pressionar também por mais linhas de financiamento às empresas, para que consigam pagar as obrigações, salários, não demitir os funcionários. Sabemos que o Governo Federal é o único que pode ajudar o Brasil nesse momento, com ações que não podem ser feitas pelos Estados e municípios. É quem pode emitir moeda, negociar com fundos internacionais.

Mais de mil casos aguardam resultado

Moisés afirmou também durante a entrevista que Santa Catarina tem ao menos mil casos suspeitos de Covid-19 aguardando resultados dos testes. Segundo ele, já foram feitas 2,9 mil coletas, emitidos 1,8 mil resultados e aproximadamente 1,1 mil estão na fila aguardando confirmação.

O governador apontou que não há nenhum caso confirmado de coronavírus em profissionais da saúde até o momento, mas "em vários hospitais" existem profissionais com sintomas e que estão em quarentena.

- Há uma priorização nos exames para os profissionais que atuam na área da saúde, mesmo que não sejam o transmissor do vírus, é importante monitorar eles para o atendimento à população.

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