Foto: Antônio Augusto / Secom / TSE
O presidente do TSE, Alexandre Moraes, indeferiu nesta
quarta-feira (23) o pedido do PL para anular o segundo turno das eleições deste
ano. Na decisão, o ministro condenou os partidos da coligação de Jair Bolsonaro
a pagarem uma multa de R$ 22,9 milhões. Além do PL, a coligação é composta por
Progressistas e Republicanos.
O partido do presidente apresentou na terça-feira (22) um
relatório apontando supostas inconsistências em seis modelos de urnas usados no
pleito e defendeu que parte dos votos fosse anulada. Horas depois, Moraes pediu
então que o partido incluísse no relatório dados sobre o primeiro turno das
eleições, já que as urnas usadas nas duas etapas do pleito foram as mesmas. O
PL não apresentou os dados.
“Ora, as mesmas urnas eletrônicas, de todos os modelos em
uso, foram empregadas por igual tanto no Primeiro Turno como no Segundo Turno
das Eleições 2022, sendo impossível dissociar ambos dos períodos de um mesmo
pleito eleitoral”, disse Moraes na decisão divulgada nesta quarta-feira, ao
argumentar que há uma inépcia inicial no pedido.
Na decisão, Moraes cita explicações técnicas do secretário de
tecnologia de informação do TSE, Júlio Valente da Costa Júnior, que descartam a
argumentação do PL de que urnas de modelos anteriores “possuem o mesmo número
ou que não possuem patrimônio que as diferencie umas das outras”. Segundo o
ministro, “somente ignorância – o que não parece ser o caso – ou evidente má-fé”
poderiam levar a essa conclusão.
“As explicações técnicas do STI-TSE (secretário de tecnologia
de informação do TSE), inclusive acompanhadas de fotos, não deixam qualquer
dúvida de que “uma urna eletrônica pode ser identificada fisicamente e
logicamente”, diz Moraes. “[…] Os argumentos da requente, portanto, são
absolutamente falsos, pois é totalmente possível a rastreabilidade das urnas
eletrônicas de modelos antigos”.
Moraes afirmou que houve litigância de má-fé por parte dos
requerentes.
O presidente do TSE ainda determinou o bloqueio imediato dos
fundos partidários dos partidos da coligação requerente até o pagamento da
multa.
Moraes ainda determinou que o presidente do PL, Valdemar
Costa Neto, seja incluído no inquérito das milícias digitais, assim como o
advogado Carlos César Moretzsohn Rocha. O ministro também pediu a instauração
de um procedimento administrativo por parte da Corregedoria-Geral Eleitoral.
“DETERMINO, por fim, a extração integral de cópias e sua
imediata remessa para o Inquérito n. 4.874/DF, em curso no SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL, para investigação de VALDEMAR DA COSTA NETO e CARLOS CÉSAR MORETZSOHN
ROCHA.”
PL analisa decisão de
Moraes
“O PL já acionou a assessoria jurídica que vai analisar a
decisão do TSE. O partido reitera que apenas seguiu o que prevê o artigo 51 da
Lei Eleitoral que obriga as legendas a realizar uma fiscalização do processo
eleitoral.”
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