Uma portaria do
ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou nesta segunda-feira
(30) o emprego da Força Nacional de Segurança Pública para dar apoio ao
Ministério da Saúde nas ações de combate ao novo coronavírus.
A decisão sobre o emprego da Força Nacional foi publicada em edição
extra do Diário Oficial da União, vale até o dia 28 de maio, pode ser
prorrogada e ficará a cargo do Ministério da Justiça em acordo com os estados
ou municípios.
Autorizações para o uso da Força Nacional já foram concedidas por Moro
em ocasiões como durante onda de ataques a ônibus e prédios públicos no Ceará no
início do ano passado, no combate às queimadas na Amazônia e em terra indígena
do Maranhão após caciques serem assassinados.
A medida desta segunda-feira tem como objetivo, por exemplo:
-dar auxílio a profissionais de saúde
nos atendimentos relacionados ao
novo coronavírus
-dar segurança no funcionamento de
centros de saúde (hospitais, UPAs,
etc)
-garantir segurança na distribuição e
armazenamento de itens médicos, farmacêuticos, alimentícios e de higiene
-garantia da segurança e auxílio
no controle sanitário realizado em portos, aeroportos, rodovias e
centros urbanos
Na segunda-feira, mais cedo, Moro havia compartilhado em sua conta no
Twitter um artigo do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que
defende que juízes ouçam a ciência neste momento de pandemia de
coronavírus. Na postagem, Moro escreveu: "Prudência no momento é
fundamental".
Medidas
coercitivas para combater vírus
A portaria também prevê que a Força
Nacional possa atuar na "aplicação das medidas coercitivas [com efeito de
reprimir]" estabelecidas na legislação de combate ao
coronavírus que permite tornar obrigatória a realização de exames médicos e
testes laboratoriais, que trata de quarentena e isolamento.
O texto faz referência à lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020 e
à portaria interministerial nº 5, de 17 de março de 2020. A
lei se refere às medidas de enfrentamento da emergência de saúde pública por
conta do novo vírus. Já a portaria trata especificamente da compulsoriedade
(obrigatoriedade) de medidas que o governo pode tomar e prevê punição para os
casos de descumprimento.
Atividades de campanha e coordenação
com estados
Segundo o texto desta segunda-feira, as ações de apoio da Força Nacional
poderão compreender atividades de campanhas de prevenção ou proteção de locais
para a realização de testes rápidos por agentes da saúde públicas e
patrulhamento e guarda ostensiva para evitar saques e vandalismo.
A portaria diz anda que “o detalhamento das ações deverá ser planejado
com o Ministério da Saúde”, mas deverão ser coordenadas com os governos dos estados
e do Distrito Federal.
O tamanho do efetivo de policiais que será usado na ação não é informado
na portaria.
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