No depoimento que prestou na Polícia Federal de Curitiba e
que veio a público nesta terça-feira (5), o ex-ministro da Justiça e Segurança
Pública Sérgio Moro explicou que Bolsonaro, mesmo após receber explicações detalhadas da PF (Polícia
Federal) sobre o atentado a faca que sofreu em MG, tentou usar o caso para
trocar o diretor-geral da instituição.
"A Polícia
Federal de Minas Gerais fez um amplo trabalho de investigação e isso foi
mostrado ao presidente ainda no primeiro semestre do ano de 2019, numa reunião
ocorrida no Palácio do Planalto, com a presença do declarante, do diretor
Valeixo, do Superintendente [da PF] de Minas Gerais e com delegados
responsáveis pelo caso, e que na ocasião, o Presidente não apresentou qualquer
contrariedade em relação ao que lhe foi apresentado", afirmou Moro.
O ex-ministro
explica que essa reunião foi feita com Bolsonaro na condição de vítima e que
mesmo sem contestar nada na época, passou a usar a investigação do caso como um
dos motivos para afastar Maurício Valeixo da direção-geral da PF.
Moro ainda
ressaltou que "a investigação sobre possíveis mandantes do crime não foi
finalizada em razão de decisão judicial contrária ao exame do aparelho celular
do advogado de Adélio" e que "o presidente tinha e tem pleno
conhecimento desse óbice [impecilho] judicial".
Sérgio Moro ainda
alegou que chegou a informar a AGU (Advocacia Geral da União) que participasse
do processo para pedir o acesso ao celular do advogado do agressor de
Bolsonaro.
No depoimento, Moro
ainda fala sobre reclamações de Bolsonaro para esclarecer "as declarações
do porteiro de seu condomínio acerca do suposto envolvimento do presidente no
assassinato de Marielle e Anderson".
Segundo o
ex-ministro, ele próprio pediu que o MPF (Ministério Público Federal) e que da
PF no caso, que chegou a ouvir o porteiro, e que ele havia se retratado na
polêmica gerada.
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