Dezesseis pessoas
são acusadas de fraudes em contratos, peculato, corrupção ativa e passiva e
lavagem de dinheiro.
A força-tarefa do
Ministério Público Federal (MPF) que coordena as investigações relacionadas à
Operação Alcatraz ajuizou mais três denúncias no começo da tarde desta
quinta-feira (4), envolvendo 16 pessoas, por dezenas de crimes de fraudes em
contrato, peculato, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. Além de
pedir a imposição de multa penal a todos os que forem condenados, o MPF solicita
ainda à Justiça Federal que os denunciados devolvam atualizados monetariamente
os R$ 156.050.701,08 desviados por meio das fraudes na licitação e subsequente
contrato e seus aditivos.
“Todos em conluio,
frustraram e fraudaram, mediante ajustes e combinações nas fases interna e
externa do certame, o caráter competitivo do Pregão Presencial nº 28/2011 da
Secretaria de Estado da Administração de Santa Catarina (SEA), com o intuito de
obter, para si e demais envolvidos no esquema criminoso, as vantagens decorrentes
da adjudicação do objeto daquela licitação”, afirma o MPF nas denúncias.
O pregão presencial
fraudado, deflagrado pela Secretaria de Estado da Administração de Santa
Catarina, tinha como objeto a contratação de empresa para prestação de serviços
de gestão informatizada de plano de saúde dos servidores públicos estaduais
(SC-Saúde).
Entre as 16 pessoas
denunciadas da organização criminosa, estão 3 ex-secretários de Estado de Santa
Catarina, um ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, um procurador do
Estado, empresários, três operadores financeiros dos agentes políticos e outros
servidores estaduais. Parcela significativa dos valores desviados foram
movimentados para empresas de fachada – escritório de advocacia e empresas de
TI (tecnologia da informação) – para ocultar os pagamentos indevidos e
distanciar os reais beneficiários dos valores.
Os beneficiários do
esquema criminoso praticaram atos de lavagem, ocultando e dissimulando ao menos
R$ 7.440.289,00 dos recursos desviados. Além disso, foram identificados, em
relação apenas a esses fatos, o pagamento de R$ 808 mil a título de pagamento
de propina a agentes públicos corrompidos.
Na denúncia, o MPF
ainda requer à Justiça a condenação dos envolvidos ao pagamento do montante de
R$ 183.219.568,08 para reparação dos danos causados à União e ao Estado de
Santa Catarina pelos desvios realizados, bem como pela prática reiterada de
corrupção e lavagem de dinheiro.
Até o momento, no
âmbito da Operação Alcatraz, já foram oferecidas 22 denúncias contra 74
pessoas, por centenas de crimes de fraudes em licitações e contratos, peculato,
corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro, totalizando mais de R$ 212,6
milhões em recursos desviados e pagamentos de propina que chegam a R$ 7,23
milhões. A título ilustrativo, esse montante de recursos seria suficiente para
a aquisição de 11,97 milhões de vacinas contra Covid-19.
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