O Ministério Público do Estado de Santa Catarina (MPSC)
pretende ampliar o monitoramento da água tratada para consumo humano aos 295
municípios de Santa Catarina, em 2020. O anúncio foi feito pelo Coordenador do
Centros de Apoio Operacional do Consumidor do MPSC (CCO), Promotor de Justiça
Eduardo Paladino, no dia 19 de julho, ao abrir a segunda reunião do Grupo de
Trabalho da Água (GT Água).
A ampliação do monitoramento
para todos os municípios catarinenses foi aprovada pelo Conselho Consultivo do
CCO. Atualmente, o projeto prevê 100 análises por ano. No próximo ano,
pretende-se chegar a 900 análises, sendo uma por quadrimestre na principal
estação de tratamento de cada município.
O GT Água conta com a
participação de representantes de 30 organizações públicas e concessionárias de
sistemas de abastecimento de água e tratamento de esgoto e foi constituído pelo
MPSC, em abril de 2019, por intermédio dos Centros de Apoio Operacional do
Consumidor e do Meio Ambiente (CME), este coordenado pela Promotora de Justiça
Luciana Pilati Polli.
O motivo da articulação em rede do grupo foi a identificação
- através de laudos emitidos por laboratório acreditado em padrões
internacionais de qualidade - de resíduos de agrotóxicos não previstos na
parametrização fixada nacionalmente pelo Ministério da Saúde (Portaria de
Consolidação n. 5/2017). Esse regulamento exige das concessionárias de sistemas
de tratamento a pesquisa de 27 ingredientes ativos.
Nas 100 análises anuais feitas a pedido do MPSC, custeadas
com recursos do Fundo para a Reconstituição de Bens Lesados (FRBL), foram
pesquisados 204 ingredientes ativos e encontrados resíduos não contemplados na
regulação vigente no Brasil, além de sete agrotóxicos já banidos de uso na
agricultura pela União Europeia em decorrência dos seus riscos à saúde humana.
No contexto da complexidade que envolve a proteção dos
recursos hídricos e dos mananciais de captação de água, na reunião ficou
definida a criação de cinco subgrupos de atuação, cada qual com tema específico
- regulação, fiscalização, sistemas de informação, educação ambiental e
diagnóstico das áreas críticas em termos de pressões agrícolas sobre os
mananciais de captação da água -, que serão abordados agora em encontros
específicos a convite do CCO com a colaboração do CME.
De acordo com Paladino, as atividades de monitoramento
continuarão a ser desenvolvidas em parceria com as agências reguladoras - ARESC
e ARIS - e a participação da Vigilância Sanitária de Santa Catarina, conforme
acordos de cooperação técnicas anteriormente celebrados e confirmados em
reuniões realizadas com cada diretoria no último mês.
Sobre
a reunião
A segunda reunião do GT Água
teve o objetivo de restabelecer o debate e a proposição de ações conjuntas
pelos representantes das 30 organizações convidadas. Cada representante
manifestou seu ponto de vista a respeito do tema e apresentou críticas e medidas
a serem adotadas.
Representando a ARESC, a
bióloga Larissa Martins apresentou o Projeto Produtor de Água, proposto pela
Agência Nacional de Águas (ANA) e desenvolvido pela EMASA, no Rio Camboriú, que
atende Camboriú e Balneário Camboriú, resultando em discussão mais ampla sobre
o pagamento por serviços ambientais aos agricultores com cultivos que possam
impactar os mananciais de captação.
Em nome da ARIS, o coordenador Willian Goetten destacou a importância dos planos de segurança da água por meio da proteção dos mananciais como primeiras barreiras de proteção, preservando-os com o máximo de esforços de todas as organizações e dos agentes econômicos com atividades implantadas. Assinalou também a necessidade da discussão em torno da outorga do serviço de água, cuja gestão é da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE).
Como responsável pela área técnica da SDE relativa aos serviços de outorga, Jaqueline Isabel de Souza informou a contratação de sistema para automatizar os pedidos sem deixar de verificar aspectos sobre balanço hídrico, de quantidade e de qualidade, criando outros mecanismos relativos ao reuso e armazenamento hídrico nas propriedades rurais.
VEJA QUEM FAZ PARTE DO GT
ÁGUA
MPSC - Ministério Público de Santa Catarina
ABRHidro - Associação Brasileira de Recursos
Hídricos
AGR - Tubarão - Agência Reguladora de Saneamento
de Tubarão
Águas de Joinville
ARESC - Agência de Regulação de Serviços Públicos
de Santa Catarina
ARIS - Agência Reguladora Intermunicipal de
Saneamento
ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços
Municipais de Saneamento - Regional/SC
CASAN - Companhia Catarinense de Águas e
Saneamento
CIDASC - Companhia Integrada de Desenvolvimento
Agrícola de Santa Catarina
CISAM-SUL - Consórcio Intermunicipal de
Saneamento Ambiental
CONASA Águas de Itapema
CREA-SC - Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia de Santa Catarina
DIVS VISA/SC - Vigilância Sanitária de Santa
Catarina
Emasa/BC - Empresa Municipal de Águas e
Saneamento de Balneário Camboriú
Epagri - Empresa de Pesquisa Agropecuária e
Extensão Rural de Santa Catarina
FAASC - Federação das Associações de Apicultores
e Meliponicultores de Santa Catarina
FAESC - Federação da Agricultura e Pecuária de
Santa Catarina
FECAM - Federação Catarinense de Municípios
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis
IMA - Instituto do Meio Ambiente de Santa
Catarina
LACEN/SC - Laboratório Central de Saúde Pública
Ministério da Saúde - Seção de Apoio
Institucional e Articulação Federativa - SEINSF
PROCON/SC - Departamento de Defesa do Consumidor
SAMAE Águas de Ilhota
SAMAE Orleans
SDE - Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Econômico e Sustentável
Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e
do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina
Tubarão Saneamento
UFSC
UNIVALI
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