O atacante Neymar
foi intimado a prestar depoimento à Delegacia de Repressão a Crimes de
Informática (DRCI) do Rio de Janeiro para prestar esclarecimentos sobre a
divulgação de conversas e imagens íntimas que seriam de uma mulher de 26 anos que o acusa de estupro.
A intimação foi entregue ao jogador nesta segunda-feira (3), na Granja
Comary, onde está concentrado junto à Seleção Brasileira, que disputa amistoso
contra o Catar na próxima quarta-feira (5), em Brasília.
O depoimento do jogador está previsto para a próxima semana na sede da
delegacia especializada, na Zona Norte do Rio.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro apura se o jogador cometeu crime
virtual ao divulgar conversas nas quais há imagens íntimas de uma mulher que o
acusou, em São Paulo, de ter sido forçada a ter relações sexuais com ele. O
suposto estupro teria sido cometido em Paris, no dia 15 de maio, mas a denúncia
só foi feita no Brasil no último dia 31.
A divulgação feita por Neymar ocorreu após se tornar pública a denúncia
de estupro. O jogador já estava concentrado na Granja Comary quando usou seu
perfil em uma rede social para se defender da acusação feita pela mulher. Em um
vídeo, ele afirmou que a relação foi consentida e mostrou conversas entre os
dois.
Na parte da conversa que Neymar divulgou aparece apenas o primeiro nome
da mulher. Nas fotos íntimas, o rosto dela foi borrado pelo próprio jogador.
O conteúdo divulgado por Neymar mostra que eles voltaram a conversar
normalmente depois do dia apontado pela mulher como o do suposto estupro. Ambos
marcam um segundo encontro amoroso. Ela diz que quer vê-lo e Neymar responde:
“Claro que vamos transar de novo”. Em nenhum trecho aparece reclamação da
mulher em relação ao jogador e ela insiste em revê-lo.
À polícia de São Paulo, a mulher contou que o estupro teria ocorrido num
hotel em Paris, cidade em que Neymar mora, no dia 15 de maio. A vítima relatou
à polícia que encontrou o atleta embriagado e que os dois trocaram carícias.
Mas que, em determinado momento, o jogador ficou agressivo e a forçou uma
relação sexual. Ela disse que ficou muito abalada e com medo de registrar o
caso em outro país. Disse também que viajou a Paris com passagens e hospedagem
pagas por Neymar.
Na sexta-feira, quinze dias depois do encontro, a mulher passou por
exame de corpo de delito, em um hospital em São Paulo. A polícia aguarda o
resultado e já juntou conversas entre os dois em redes sociais. A investigação
também vai ouvir testemunhas e o próprio jogador.
Crime prevê pena de prisão
Neymar é investigado pela polícia fluminense por crime previsto no
artigo 281-C do Código Penal diz o seguinte:
Oferecer, trocar,
disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou
divulgar, por qualquer meio – inclusive por meio de comunicação de massa ou
sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro
audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que
faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena
de sexo, nudez ou pornografia.
O crime prevê pena de prisão de um a cinco anos, com aumento de até 2/3
da pena caso o crime seja praticado por agente que mantém ou tenha mantido
relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação.
Como as imagens divulgadas por Neymar em seu Instagram foram editadas (algumas partes íntimas foram cobertas, assim como horários, datas e até nomes), o telefone celular do atacante terá de passar por uma perícia técnica.
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