Divulgação/NASA
Um estudo publicado na revista
Nature Astronomy nesta segunda-feira (28) trouxe novas
informações sobre o Planeta Vermelho. Ao analisar uma argila de Marte, um grupo de cientistas
descobriu que a superfície é muito parecida com glauconita, um mineral
terrestre. Isso foi encarado pelos especialistas como um indício de que o
planeta já teve condições habitáveis.
A argila de Marte
A argila de Marte foi
coletada em 2016 pelo rover Curiosity, da NASA. Ele usou uma broca para
recolher amostras localizadas na cratera Gale. A pesquisa, publicada somente
este ano, analisou profundamente o fragmento. O grupo formado por cientistas
espanhóis, franceses e norte-americanos acabou concluindo que ele se parece
muito com a glauconita da Terra.
De forma geral, a glauconita é um
mineral quase sempre encontrado na forma oval em leitos de sedimentos,
carbonatos e arenitos. O que mais chama atenção, porém, é que sua formação
requer condições estáveis por um longo período. Isso quer dizer que, muito
provavelmente, a argila de
Marte se formou sob condições estáveis, levando a pesquisa
a concluir que o planeta já teve a possibilidade de abrigar organismos vivos.
Por que estudar a cratera Gale
A cratera Gale tem diâmetro estimado em 154 quilômetros. Ela foi
escolhida para os estudos da NASA porque há indícios de que já foi cheia de
água há cerca de 3,5 bilhões de anos. Hoje, portanto, seria um lago seco.
A argila de Marte,
inclusive, conseguiu ajudar os cientistas a chegar a novas conclusões em
relação à Gale. A pesquisa sugere que as temperaturas marcianas em condições
estáveis variavam entre -3°C e 15°C. E mais: que o PH da água da cratera seria
neutro. São mais duas evidências positivas em relação à existência de vida.
É válido destacar que, embora a argila de Marte seja um indicador de
condições estáveis para viver, não significa que o Planeta Vermelho já foi
habitado. A pesquisa apenas conclui que a superfície marciana era favorável há
milhões de anos.
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