A Polícia Federal
deflagrou uma operação na manhã desta quinta-feira (8) contra suspeitos de
participação em organizações criminosas especializadas na prática de lavagem de
dinheiro e evasão de divisas entre o Brasil e o Paraguai.
De acordo com a Receita Federal, contas ligadas aos grupos investigados
movimentaram mais de R$ 6,5 bilhões entre 2010 e 2018.
Até o fim da manhã, foram presos temporariamente por cinco dias seis
suspeitos em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, e três em São Paulo (SP). Dois
são considerados foragidos.
Segundo a PF, todos os presos são doleiros que faziam operações de
câmbio ilegais.
Durante o cumprimento dos 15 mandados de busca foram apreendidos sete
veículos e uma barra de 1 kg de ouro.
Segundo a PF, as investigações, tiveram como foco quatro grupos
criminosos que utilizavam várias contas bancárias de pessoas físicas e
jurídicas fantasma para receber dinheiro de interessados em adquirir
mercadorias, drogas e cigarros trazidos do exterior, especialmente do Paraguai.
O dinheiro ilícito
O dinheiro ilegal era creditado nas contas das empresas controladas pela
organização criminosa e, em seguida, enviado para o exterior de duas maneiras,
segundo a PF.
1ª: usando o sistema internacional de compensação paralelo, sem registro
nos órgãos oficiais, mais conhecido como operações dólar-cabo.
2ª: por intermédio de ordens de pagamento internacionais emitidas por
algumas instituições financeiras brasileiras identificadas durante as
investigações. Essas ordens de pagamento eram feitas com base em contratos de
câmbio fraudulentos com empresas fantasmas sem habilitação para operar no
comércio exterior.
Nome da operação
A operação, batizada de Miopia, é um desdobramento da operação Hammer-on,
deflagrada pela Polícia Federal e pela Receita Federal em 2017.
Segundo a PF, na operação deflagrada nesta quinta, além de abranger os
operadores financeiros e os seus clientes - traficantes, empresários,
“cigarreiros” brasileiros e paraguaios -, foram identificadas as instituições
financeiras que remeteram para o exterior milhões em dinheiro de origem
ilícita.
Os responsáveis por essas instituições financeiras, destacou a PF, fechavam
operações de câmbio sem se preocupar com a origem dos valores, "conduta
que revela uma visão míope do real cenário em que operavam".
DEIXE UM COMENTÁRIO
Facebook