Está sendo realizada na manhã de hoje (23), a Operação
Enterprise, uma ação conjunta entre a Receita Federal e a Polícia Federal que
visa desarticular uma organização criminosa voltada à prática do crime de
tráfico de entorpecentes em âmbito de alcance internacional e diversos outros
crimes correlatos, tais como lavagem de dinheiro e remessa ilegal de divisas
para o exterior.
Estão sendo cumpridos 153 Mandados de Busca e Apreensão,
sendo 145 no Brasil, em dez estados (BA, MG, MS, MT, PA, PE, PR, RN, SC e SP) e
oito no exterior, (Espanha, Colômbia, Portugal e Emirados Árabes Unidos).
Também está em andamento o cumprimento de 65 Mandados de Prisão. Além disso,
foram concedidos 37 pedidos de arresto (mandados de apreensão) de aeronaves.
As investigações iniciaram a partir de uma apreensão realizada
em setembro de 2017 por servidores da Receita Federal, que impediram o embarque
de 776 quilos de cocaína que estavam sendo exportados pelo Porto de Paranaguá
(PR), com destino ao Porto de Antuérpia, na Bélgica. Com as informações
levantadas pela Receita Federal, a Polícia Federal instaurou um inquérito
policial e os dois órgãos públicos atuaram em conjunto nas investigações que
descortinaram uma vasta organização criminosa, que atuava na exportação de
entorpecentes a partir de portos brasileiros para variados destinos no
exterior, com predominância para a Europa. Durante o período investigativo,
foram apreendidas perto de 50 toneladas de cocaína ligadas à quadrilha, no
Brasil e no exterior. A maior parte das apreensões ocorreu em área portuária,
mas houve quantidade significativa de ações em depósitos, estradas, aeronaves e
até em embarcações de menor porte, em alto mar.
A organização criminosa atuava também na lavagem de dinheiro,
tentando dar aparência legal ao capital ilícito proveniente dos crimes praticados.
Para isso, criavam e utilizavam contas de pessoas físicas e jurídicas fictícias
sem capacidade financeira, conhecidas popularmente como “laranjas”, para
adquirir grande quantidade de bens móveis e imóveis, tais como aeronaves,
carros de luxo, apartamentos e fazendas.
A Receita Federal atuou em conjunto desde o início da
investigação, tanto na identificação de cargas suspeitas e apreensões de
carregamentos de drogas nos portos, através de seus servidores aduaneiros,
quanto na identificação de patrimônio oculto dos investigados e origem dos
recursos financeiros ilícitos para a aquisição desses bens patrimoniais,
através dos servidores da área de pesquisa e investigação e tributos internos.
Além das investigações no Brasil, a interlocução da Receita
Federal com as administrações tributárias estrangeiras foi fundamental para o
rastreio das cargas ilegais e identificação dos integrantes da quadrilha. A
troca de informações, aliada ao gerenciamento de risco e a utilização de cães
de faro e escâneres, possibilitou à Receita Federal bater recordes históricos
na apreensão de drogas nos últimos anos. Em 2019, foram apreendidas 58
toneladas de cocaína, o que equivale a 40% do total apreendido na última
década.
Participam, pela Receita Federal, 24 Auditores Fiscais e
Analistas Tributários que, desde a madrugada, atuam na execução de mandados de
busca e apreensão, expedidos pelo juízo da 14ª Vara Federal de Curitiba, em
cidades dos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Norte.
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