Divulgação
Investigado e
denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) na Operação Et
Pater Filium, o ex-Presidente da Federação Catarinense dos Municípios
(FECAM) e ex-Prefeito de Major
Vieira, Orildo Antônio Severgnini, recebeu sua terceira
condenação. Desta vez a pena foi de 100 anos e quatro meses de reclusão em
regime fechado mais 10 anos e quatro meses em regime semiaberto. Com as duas
condenações anteriores, Severgnini já soma mais de 260 anos de
prisão.
A nova condenação
foi por fraudes à licitação, peculato e organização criminosa, praticados
na licitação e execução de contratos de prestação de serviços de ônibus escolar
para o Município de Major Vieira. O empresário beneficiado, Gildo Lisboa,
também foi condenado, recebendo pena de 102 anos e cinco meses de reclusão em
regime inicial fechado mais nove anos e quatro meses em regime inicial
semiaberto. Além deles, o filho do então Prefeito, Marcus
Brasil Severgnini, foi condenado a dois anos de detenção em regime aberto,
unicamente pelo crime de fraude à licitação.
A 6ª fase da
Operação Et Pater Filium, que investigou os crimes denunciados nesta ação,
foi deflagrada em setembro de 2021 pelo Ministério Público de Santa Catarina
(MPSC), por meio da Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos,
do Grupo Especial Anticorrupção (GEAC) e do Grupo de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado (GAECO). Na ocasião, foram cumpridos três mandados
de prisão preventiva e seis mandados de busca e apreensão nos municípios de
Papanduva, Monte Castelo, Major Vieira, Santa Cecília e Itajaí.
As investigações
demonstraram que os réus frustraram o caráter competitivo de dois procedimentos
licitatórios e promoveram a modificação, vantagem e prorrogação indevida
de contratos em favor do empresário, sem autorização em lei.
Além disso
cometeram uma série de crimes de peculato (desvio de bens e valores públicos,
em benefício próprio ou de terceiro), relativos ao abastecimento manutenção dos
veículos que deveriam ser fornecidos pelo contratado, mas que, na prática,
foram pagos pelo erário municipal; e ausência de execução de contrato
administrativo, gerando lucro total do dinheiro público aos denunciados
envolvidos na fraude. Demonstrou-se no curso do processo que os ônibus
contratados do empresário condenado pertenciam, em verdade, ao Prefeito que
recebia, em dinheiro, os valores que eram pagos ao seu parceiro pelo município
de Major Vieira.
O trabalho é
fruto do desdobramento das investigações realizadas nas fases anteriores da
Operação Et Pater Filium, em que se apuraram crimes contra a administração
pública na região do Planalto Norte catarinense, com o envolvimento de agentes
públicos e particulares.
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