Mais de 130 mil
metros cúbicos de madeira ilegal em toras de espécies para exportação foram
identificadas pela Polícia Federal durante a Operação Handroanthus GLO,
acompanhada pelo Ministério Público Federal (MPF). O quantitativo é equivalente
a 43.700 toras, ocorrida no oeste do Pará fronteira com Amazonas, ao longo dos
rios Mamuru e Arapiuns, e é considerada a maior da história do país.
O monitoramento da
região teve início em meados de novembro, após a apreensão de uma balsa em
Parintins, no Amazonas, com 3 mil metros cúbicos de madeira extraídos do Pará.
Informações sobre a origem desse carregamento e análise de imagens de satélite por
meio do sistema Planet levaram a Polícia Federal, em sobrevoos de helicóptero,
aos pontos onde foram encontradas as toras de madeira no Pará.
De acordo com o
procurador da República Leonardo Galiano, a estimativa inicial em relação ao
volume de madeira envolvido é de 131,1 mil metros cúbicos, mas esse número pode
ser ainda maior, a depender do emprego da estrutura logística das Forças
Armadas na Operação Verde Brasil 2, solicitada em Ofício dos representantes do
MPF indicados pelo PGR ao Ministério da Defesa e tratada em reunião com o
Presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal General Hamilton Mourão.
O combate à
exploração de madeira na floresta Amazônica também foi tema de reunião do
MPF com Ministério do Meio Ambiente e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na última semana e resultou no
encaminhamento de medidas para prevenir a prática do crime na região. Também foram discutidos os resultados da Operação Arquimedes o
impacto da repressão à exploração ilegal de madeira e os índices de
desmatamento na Amazônia.
A necessidade de
inclusão do ipê na lista de espécies florestais ameaçadas de extinção ou em
situação de alerta da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da
Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção (Cites, na sigla em inglês)
também foi pauta da reunião entre MPF, MMA e Ibama. A medida é objeto de
procedimento do MPF no Amazonas. O ipê, cujo nome científico é Handroanthus, é
a espécie mais explorada da região amazônica, de acordo com dados consolidados
da Operação Arquimedes.
O Ministério do
Meio Ambiente, o Ibama, o Jardim Botânico do Rio Janeiro e outras instituições
estão levantando os dados e identificando os estudos sobre o tema para atender
às requisições do MPF, que deverão subsidiar as providências adotadas pelo
órgão. O Ipê é uma das espécies identificadas que estavam sendo comercializadas
e potencialmente exportadas na Operação Handroanthus-GLO, motivo pelo qual foi
escolhido para nomear essa nova frente da Operação Arquimedes e suas
tecnologias e estratégias para o combate ao desmatamento ilegal na Amazônia.
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