Os processos de adoção no Poder Judiciário de Santa Catarina
(PJSC) não sofreram interrupções pela pandemia provocada pelo novo coronavírus
(Covid-19). Apesar de algumas adequações em função do isolamento social, como a
aproximação por videoconferência, o número de adoções, de março a junho, nos
anos de 2019 e 2020, manteve-se estável com os trabalhos em regime de home
office. Segundo dados extraídos do Cadastro Único Informatizado de
Adoção e Abrigo (Cuida/PJSC), foram 113 adoções no ano passado e 114 neste
período.
Em Santa Catarina, a Comissão Judiciária de Adoção (Ceja) é a responsável
em auxiliar magistrados e servidores da infância e da juventude, além de
prestar apoio técnico às assistentes sociais, entre outras atividades. Apesar
dos 2.928 pretendentes habilitados, o número de crianças e
adolescentes em serviços de acolhimento não reduz porque a
maioria das pessoas ainda procura crianças até os três anos de idade, sem
problemas de saúde e sem irmãos.
"Estamos fazendo da mesma forma as aproximações e as entregas à
adoção, assim, não sofremos com os impactos da pandemia. Algumas aproximações
são realizadas por videoconferência, porque os processos devem
ter andamento. Ainda lançamos o projeto de Acompanhamento Pós-Adoção
durante a quarentena", destacou o juiz-corregedor do Núcleo V
- Direitos Humanos, da Corregedoria-Geral da Justiça (CGJ), Rodrigo
Tavares Martins.
Destaque para o mês de março deste ano, com 58 adoções, mesmo com o início
do isolamento social no dia 18. Foram mais 17 adoções em abril, 23 em maio e 16
em junho. Quem estiver interessado em adotar deve procurar a sua comarca de
residência e realizar a habilitação, que é gratuita. Uma vez deferida a
habilitação, os pretendentes passam a integrar o cadastro estadual e a
concorrer à adoção em todas as comarcas de Santa Catarina.
A pandemia não reduziu o número de adoções, mas o reflexo negativo do
isolamento social é a falta de informações de crianças e adolescentes vítimas
de violência em seus lares. Com escolas e os centros de referência de
assistência social fechados, o número de crianças e adolescentes acolhidos caiu
quase 30%. De março a junho, em 2019, foram 708 acolhimentos no Estado. Neste
ano, no mesmo período, foram 501.
"A consequência direta da pandemia foi a redução do
número de acolhimentos, quando crianças e adolescentes são retiradas da
família de origem por sofrerem algum tipo de violência, abuso ou
omissão. Com grande parte da rede fechada ou com atendimento reduzido,
como Creas, Cras e Conselho Tutelar, reduziu o número de
denúncias envolvendo violação de direitos envolvendo crianças e
adolescentes", explicou o juiz-corregedor. A violência, o abuso ou a
omissão de criança ou de adolescente pode ser denunciada de forma anônima
e segura pelo Disque 100.
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