Com o aumento
exponencial dos números da pandemia a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu
um alerta que aponta um momento crítico, que está longe de terminar. Para a
entidade a crise não será freada apenas com a vacinação, tornando necessárias
medidas de saúde pública como distanciamento social e isolamento.
Se tais medidas
forem adotadas, a pandemia pode ser controlada em “questão de meses". Além
disso, também foi anunciado um plano para aumentar a produção de vacinas no
mundo, mas com um impacto que será sentido apenas no final do ano ou em
2022.
A epidemiologista
Ethel Maciel destacou que o Brasil segue com uma vacinação muito lenta, que não
tem gerado o impacto desejado na diminuição do número de casos, junto a uma
transmissão acelerada do vírus. Para ela essa combinação prejudica as ações de
controle nesse momento.
“Como a transmissão está muito acelerada precisamos de uma combinação, do isolamento, medidas de distanciamento físico, diminuir a circulação de pessoas. Se continuar como está o vírus circula”, disse.
A epidemiologista avaliou a escala de vacinação no mundo como um todo. “Com exceção de alguns países como Israel, Estados Unidos, Reino Unido, o restante ainda está com uma vacinação lenta. Há uma combinação de fatores, muitos deles relacionados à entrega pelos fabricantes, há países que ainda nem receberam nenhuma dose da vacina, além de problemas de financiamento para a compra”, afirmou.
Para ela, a
situação é complexa no mundo todo, tendo em vista que alguns países compraram
mais doses do que a população, o que fez com que as reservas das fabricantes se
concentrarem em países mais ricos em detrimento dos mais pobres. “Precisamos de
uma distribuição igualitária para resolver essa questão”, pontuou.
Aumento do número de casos
De acordo com a
OMS, o mundo registrou a sétima semana consecutiva de aumento nos números de
pessoas contaminadas, com 4,4 milhões de casos em apenas sete dias. A taxa é 9%
superior aos dados da semana anterior, além de um aumento de 5% no número de
mortos. Há um ano, eram 500 mil novos casos por semana. Além do Brasil, os
casos voltaram a subir na Índia, Ásia e Oriente Médio.
Quanto às políticas públicas, o médico neurocirurgião e especialista no enfrentamento de crises em Saúde, Paulo Porto de Melo, se mostra contrário ao alerta da OMS. Segundo ele, medidas como o lockdown causaram o pico crescente com reflexão no número de mortos pelo vírus.
“É nítida a relação matemática, você vê o início do lockdown, duas semanas depois um pico crescente, com inflexão na curva e aumento no número de mortos de em média 14,8%”, afirmou.
O médico destacou ainda que no Brasil, uma média de 40 mil pessoas a mais morreram por conta das políticas de lockdown, mesma correlação estatística aconteceu no caso de Nova York e do Canadá, que teve o número de mortes 11 vezes maior do que se não tivesse adotado essa política.
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