Na busca por um consenso para aprovação da Lei Geral do
Licenciamento Ambiental, o grupo de trabalho destinado a analisar a proposta se
reuniu, nesta semana, na Câmara dos Deputados.
Discutido pelo parlamento desde 2004, o Projeto de Lei (3.729/2004) já
passou por diferentes comissões. Foi arquivado, desarquivado e debatido em
plenário em 16 oportunidades.
O atual relator do projeto, deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), avalia que a
proposta, enfim, pode sair do papel. “Buscamos elaborar uma proposta
legislativa que contemple os interesses dos setores produtivos e os
ambientalistas”, afirmou.
O Projeto de Lei tem por objetivo desburocratizar processos e simplificar
o licenciamento para construção de obras e rodovias, por exemplo. "A gente
precisa pensar em um processo para modernização e para manutenção das obras que
já existem, num processo simplificado e que não seja a mesma coisa",
defendeu Kim.
Presente na reunião do grupo de trabalho, o deputado Rodrigo Agostinho
(PSB-SP) fez considerações e sugestões para o texto e finalizou a fala
elogiando a iniciativa. "Mais uma vez a gente está avançando na discussão
do texto. Isso mostra a importância desse esforço de se fazer consultas e ouvir
todo mundo", declarou.
Uma das mudanças seria unificar o sistema, que tem leis e estatutos
diferentes por estados e municípios. Atualmente, o país possui mais de 27 mil
normas de licenciamento ambiental. Outro dado que reforça o argumento pela
padronização da legislação vem da Associação Nacional de Órgãos Municipais de
Meio Ambiente: 30% dos municípios realizam licenciamento ambiental em âmbito
local.
A diretora socioambiental da Associação Brasileira dos Investidores em
Autoprodução de Energia (ABIAPE), Júlia Sagaz, considera que esse é um dos
principais motivos para alterar a legislação.
"Esse número de normas complica ainda mais. Você não tem como
garantir que 27 mil normas foram atendidas em uma única licença. Essa questão
precisa ser melhor fragmentada. Não se pode querer resolver todos os problemas
dentro do licenciamento ambiental. Isso causa morosidade", explica Sagaz.
Segundo parlamentares, se aprovada, a Lei Geral de Licenciamento Ambiental
vai facilitar o acesso à informação, o estímulo à regularização do
empreendimento ou da atividade, além da ampliação de espaços de participação
social.
Dessa forma, o subsecretário de Gestão Ambiental e Desapropriações do
Ministério da Infraestrutura, Mateus Salomé, acredita que o projeto pode dar
previsibilidade para o setor, garantindo celeridade. "Eu não preciso de um
processo complexo e moroso para que eu tenha efetividade ambiental. A gente tem
dentro da Infraestrutura empreendimento sendo licenciados há 15 anos. Isso não
é interessante para o meio ambiente, nem para a população e nem para o
setor", afirma.
As discussões sobre licenciamento ambiental estão agendadas na Câmara dos Deputados até a primeira quinzena de julho. O objetivo é escutar parlamentares e especialistas para que o tema seja colocado em pauta nas votações do plenário.
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