Em videoconferência
com senadores na última quinta-feira (9), o ministro da Economia, Paulo Guedes,
citou a possibilidade de o Produto Interno Bruto (PIB) recuar até 4% em 2020,
conforme fonte ouvida pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do
Grupo Estado. Isso poderia ocorrer, na avaliação do ministro, se a paralisia
provocada pela pandemia do novo coronavírus se estender, após julho, por mais
três ou quatro meses.
Durante a conversa,
Guedes foi questionado seguidamente por senadores a respeito da duração e dos
impactos da Covid-19 sobre o PIB. O ministro lembrou que, na atual conjuntura,
é difícil estimar até quando durará o isolamento social, que tem travado a
economia, e mesmo todo o impacto sobre a atividade.
No entanto, segundo
autoridades sanitárias, incluindo o Ministério da Saúde e a Organização Mundial
de Saúde (OMS), o isolamento social é a melhor forma de evitar a propagação do
novo coronavírus.
Guedes reconheceu, conforme
a fonte, que o PIB pode recuar 1,5%, se o isolamento não durar tanto, ou cair
4%, se a paralisia econômica for muito além de julho.
Tanto o Ministério
da Economia quanto o Banco Central têm citado a dificuldade de se estimar com
precisão, neste momento, qual será de fato o impacto da pandemia sobre o PIB.
Em seus documentos
oficiais mais recentes, os dois órgãos do governo citaram projeção de PIB zero
em 2020. Mas o presidente do BC, Roberto Campos Neto, já reconheceu
publicamente que a estimativa está defasada e que a economia deve recuar este
ano.
No Relatório de
Mercado Focus do BC, que traz a compilação das projeções das instituições
financeiras, a estimativa para 2020 é de retração de 1,18%. No entanto, já há
pelo menos uma instituição financeira que projeta retração de 5,07% do PIB – um
cenário mais pessimista que o citado por Guedes.
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