Uma reunião entre a
Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e o ministro da Saúde, discutiu a vacinação
no País nesta sexta-feira (19). No encontro virtual, Eduardo Pazuello afirmou
aos dirigentes que vai alterar a estratégia de imunização contra a Covid-19 e
que, a partir do dia 23 de fevereiro, 4,7 milhões de brasileiros vão receber
doses da vacina, e não a metade, como estava acontecendo até então.
A fala do ministro
ocorreu em um momento em que prefeitos e secretários encaravam dúvidas sobre
vacinar mais pessoas com a primeira dose e aguardar a distribuição da segunda,
ou vacinar uma parte menor da população, para guardar a segunda dose a elas.
Pazuello, então, orientou os gestores a usarem todo o novo lote de vacinas para
aplicação da primeira dose, a partir da próxima terça-feira (23).
“Foi dito [na
reunião] que, entre 24 e 28 de fevereiro, ou seja, no final do mês, nós devemos
receber 4,7 milhões de doses, que serão enviadas aos estados, que vão mandar
aos municípios. Então, terça-feira que vem devemos começar a receber uma nova
remessa”, afirmou o presidente da FNP, Jonas Donizette.
Quatro pontos foram
traçados como essenciais nesse diálogo com o ministro: as datas detalhadas das
vacinações com a expectativa de entrega das doses nas cidades, a priorização
dos profissionais de ensino nas imunizações, o repasse financeiro para
ampliação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) e uma campanha
publicitária para esclarecer a população a respeito da vacinação.
Uma ação concreta prometida
pelo ministro da Saúde e avaliada como uma vitória da FNP foi a inclusão de
profissionais de ensino nas prioridades. Segundo ele, será realizada uma
adaptação ao Plano Nacional de Imunização (PNI) para incluir essa categoria “o
mais rápido possível, muito provavelmente até março”.
A data correta do
começo das aplicações de doses nesses profissionais é algo que Pazuello não
conseguiu responder, mas houve garantia de prioridade e atenção à demanda,
principalmente porque muitos municípios planejam o retorno às aulas presenciais
para o próximo mês.
Garantias e pedido de paciência
Pazuello garantiu
aos prefeitos que todos os leitos de UTI necessários, habilitados e usados
serão pagos pelo Ministério da Saúde e que “ninguém vai ficar com leito sem
poder usar e sem receber pelo uso”. Foi manifestada ainda uma expectativa do
Ministério da Saúde conseguir um crédito adicional de R$ 2 bilhões para
realizar o pagamento de leitos de UTI de janeiro e fevereiro às prefeituras que
ainda não receberam esse valor.
Alguns gestores
colocaram em pauta o desejo de adquirir doses das vacinas, com auxílios do
governo federal, como citou Bruno Reis, prefeito de Salvador/BA. Porém,
Pazuello pediu “paciência” aos presentes e informou que o País vai “produzir a
pleno” os imunizantes “em termos de 15 dias”. Ou seja, há a previsão de que
toda a produção das vacinas CoronaVac e de Oxford seja realizada no Brasil em
março, facilitando, assim, a distribuição aos municípios.
A audiência teve a
participação do presidente da FNP, Jonas Donizette, e da Comissão de Vacinação
da Frente, composta por dez prefeitos, representando as cinco regiões do País.
Esse debate era um pedido dos gestores desde janeiro, após avaliação de que era
urgente uma resposta do governo federal para esclarecimento de cronogramas de
prazos e metas para a imunização contra a Covid-19 nos municípios.
“Foi uma reunião
boa, nós reforçamos a questão da importância da comunicação com o ministério em
duas pontas. A primeira, é a comunicação com os prefeitos. Outra, a comunicação
com a população. Ficou restabelecido o contato com o Secretário de Vigilância
[do Ministério da Saúde] pelo menos a cada dez dias com a Frente Nacional de
Prefeitos para falar como está indo, quais as dificuldades, onde está acabando
vacina, quando vão chegar novas”, avaliou Donizette.
Nota
A Frente Nacional
de Prefeitos chegou a emitir uma nota em tom forte cobrando o governo federal,
em 16 de fevereiro, após Pazuello ter descumprido o acordo de marcar uma
reunião com a comissão de prefeitos a cada dez dias para esclarecer o andamento
das imunizações. O texto citou “os sucessivos equívocos” no enfrentamento à
Covid-19 e na condução do Plano Nacional de Imunizações. A FNP reúne as 412
cidades com mais de 80 mil habitantes, representando todas as capitais, 61% da
população e 74% do PIB do País.
DEIXE UM COMENTÁRIO
Facebook