A
Procuradoria-Geral do Estado (PGE/SC) pediu que a Justiça reconsidere a decisão
que suspendeu o retorno das aulas presenciais na rede pública e estadual de
ensino. O recurso foi apresentado no final da noite desta quinta-feira, 19, a
pedido da governadora Daniela Reinehr, no âmbito do mandado de segurança
coletivo ajuizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública
do Estado de Santa Catarina (Sinte).
"Continuar
privando as famílias de decidirem é excludente. Os mais prejudicados neste
processo são os estudantes com dificuldade de aprendizagem ou em famílias com
dificuldades. Retornar às escolas neste período é fundamental para a retomada
integral das aulas em 2021. O estado tem esse compromisso e já estabeleceu as
orientações técnicas, junto com escolas, prefeituras e comitês municipais,
necessárias para a retomada segura", reforça a governadora Daniela
Reinehr.
Na petição, os
procuradores do Estado solicitam a reconsideração da decisão do desembargador
Paulo Ricardo Bruschi, proferida no último dia 10 de novembro, que determinou a
suspensão das Portarias Conjuntas SES/SED 853 e 854. Elas autorizavam a volta
às aulas nas regiões classificadas como de nível grave pela Matriz de Avaliação
de Indicadores de Risco Potencial na Gestão da Saúde, e liberavam os
atendimentos pedagógicos individuais nas áreas de risco gravíssimo.
Para o
procurador-geral do Estado Luiz Dagoberto Brião, “é necessário conferir
liberdade de escolha inclusive de levar as crianças naquele espaço que lhes é
familiar. Estas atividades não precisam necessariamente ser encerradas no final
do ano letivo”.
“Nas classes
sociais mais vulneráveis as escolas cumprem importante papel de acolhimento e
suporte - inclusive alimentar e psicológico - às crianças e aos adolescentes,
além de liberar os demais membros da família para que possam cumprir com seus
compromissos profissionais. Nossa preocupação é fazer tudo dentro do mais
absoluto rigor das normas sanitárias”, afirma.
A decisão de
apresentar o recurso está baseada em avaliações técnicas realizadas pelas
secretarias de Estado da Saúde e da Educação. Na última quarta-feira, 18, os
dois órgãos se reuniram para tratar dos critérios de uma eventual liberação das
atividades escolares. Os técnicos consideraram que as medidas adotadas pelo
Estado até agora garantem a segurança dos catarinenses
O recurso
apresentado nesta quinta-feira pede que o desembargador relator do mandado de
segurança restabeleça as Portarias Conjuntas SES/SED 853 e 854, admitindo-se o
retorno das atividades presenciais na rede pública de ensino nas áreas com
risco grave para Covid-19.
Atuaram no processo
os procuradores do Estado Ligia Janke, Luiz Dagoberto Corrêa Brião e Marcelo
Mendes.
Mandado de
segurança coletivo número 5038075-82.2020.8.24.0000.
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