Foto: Ricardo Wolffenbüttel/Secom
A
Procuradoria-Geral do Estado (PGE/SC) pediu que a Justiça autorize a liberação
dos recursos depositados em juízo, referentes à primeira fase das ações de
ressarcimento dos respiradores. Na petição, enviada à 1ª Vara da Fazenda
Pública da Comarca da Capital nesta terça-feira, 21, os procuradores do Estado
defendem que R$ 13,7 milhões sejam transferidos ao Fundo Estadual de Saúde, a
fim de que possam, desde logo, ser utilizados em serviços públicos nesta área.
De acordo com o
documento, após mais de um ano do início da ação judicial – protocolada pela
PGE/SC, por determinação do Governador Carlos Moisés, em 30 de abril de
2020 – “o trâmite do feito já evoluiu sobremaneira”, de modo que “a
manutenção de quantia tão significativa de recursos públicos depositada em
juízo (…) não parece a medida mais adequada à satisfação do interesse público”.
O texto também destaca que, como a entrega dos respiradores não ocorreu nos
termos contratados, a restituição dos recursos aos cofres públicos e sua
disponibilização para ações e serviços de saúde é uma medida inevitável, não
havendo razão para que a sociedade catarinense seja penalizada pela demora
processual.
Recentemente a
Procuradoria compartilhou com a Polícia Civil provas e documentos obtidos
em diligências conduzidas pelo órgão, que apontam que a importação foi
conduzida por empresa não regularizada junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) e que não detinha condições técnicas, operacionais ou comerciais de
concluir a nacionalização dos equipamentos.
O procurador-geral
do Estado, Alisson de Bom de Souza, afirma que a obtenção de autorização
judicial para o emprego dos recursos na área da saúde é um passo importante:
"É natural que a sociedade espere dos órgãos de Estado uma resposta
adequada e rápida. A PGE/SC defende que não há razão para aguardar a conclusão
do processo judicial da fase 1 para que o dinheiro bloqueado seja aplicado em
ações de saúde. Temos certeza de que os diferentes aspectos da questão serão
ponderados pelo Poder Judiciário e prevalecerá o interesse público. É nesse
sentido que estamos trabalhando."
Onde estão os R$ 33 milhões?
Há cerca de um mês,
o Governo do Estado publicou uma página na internet com todas as
informações referentes às ações para recuperação dos valores pagos à
empresa Veigamed e para a responsabilização dos envolvidos na
compra dos 200 respiradores que não foram entregues pelo fornecedor. Até agora,
96,6% do montante (o que corresponde a R$ 31,8 milhões) está bloqueado em
dinheiro e imóveis ou em fase avançada de cobrança judicial.
Processo número 5034167-45.2020.8.24.0023.
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