Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Com a rápida adesão
dos brasileiros ao Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado
pelo Banco Central (BC), em apenas um ano a autarquia já prepara novas
funcionalidades para ampliar ainda mais o acesso à ferramenta.
Neste ano, já foi
disponibilizado o Pix Saque, em que o cliente poderá fazer saques em qualquer
ponto que oferte o serviço, como comércios e caixas eletrônicos, tanto em
terminais compartilhados como da própria instituição financeira.
Já no Pix Troco,
que começará a funcionar em 2022, o cliente fará um Pix equivalente à soma da
compra e do saque e receberá a diferença como troco em espécie. O extrato do
cliente especificará a parcela destinada à compra e a quantia sacada como
troco.
“Essas duas
novidades podem fazer com que haja uma redução de caixas eletrônicos na cidade,
uma vez que o saque de dinheiro pode ser feito em qualquer comércio”, explica
Alex Peguim, COO da Speedy.io, fintech de serviços financeiros focada em micro,
pequenos e médios empreendedores. “Também vamos ter uma concorrência maior
entre os métodos de pagamento, tanto em preço quanto em oferta de serviço”,
avalia.
A mais recente
novidade envolvendo o Pix é a utilização do sistema para arrecadação de
recursos para as campanhas eleitorais de 2022. A medida foi autorizada pelo
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última sexta-feira (9), e partidos e
candidatos deverão usar o CNPJ ou CPF como chave de identificação.
“Acho este um marco
muito importante para nós brasileiros, pois o Pix garante a rastreabilidade
eletrônica da fonte pagadora. Acredito que outras novidades, como o Pix
Garantido e Pix Crédito, também vão agir muito bem em terrenos onde o cartão de
crédito domina, como os serviços de mensalidade, pagamentos recorrentes e até
mesmo parcelamentos”, afirma Alex.
Confira outras
funcionalidades do Pix que devem chegar 2022:
Pix Offline: de
acordo com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, essa modalidade
ainda está em processo de avaliação, mas já está sendo testada com três
tecnologias
Pix Aproximação:
assim como com cartões de crédito, será possível fazer pagamento aproximando o
celular da máquina de cartão, por exemplo.
Débito automático:
será possível colocar contas de luz e telefone, por exemplo, para serem pagas
automaticamente com Pix.
Pix Internacional:
segundo Roberto Campos Neto, essa função ainda não tem data definida, mas o BC
já conversa com a Inglaterra e Itália para permitir transferências
internacionais instantâneas por meio da ferramenta.
Democratização do sistema bancário
Criado pelo Banco
Central (BC) em novembro de 2020, o Pix é utilizado por mais de 106 milhões de
brasileiros e mais da metade das empresas no país. A rápida adesão da população
ao sistema de pagamentos instantâneos surpreendeu as instituições
financeiras.
“Praticamente todos
os bancos e instituições financeiras aderiram ao Pix. Dessa forma, todos os
usuários podem facilmente transferir valores entre instituições sem qualquer
tipo de espera de compensação e de forma gratuita. Também tem a facilidade da
divulgação da chave, uma vez que já é um número conhecido por você” explica
Alex Peguim.
As últimas
estatísticas, de novembro de 2021, mostram que foram feitos mais de 1,2 bilhão
de pagamentos pelo Pix, e a quantidade de transações supera as realizadas por
boletos, TEDs, DOCs e cheques somados. A principal diferença entre esses meios
de pagamento e o Pix é que não é necessário saber onde a outra pessoa tem
conta. A transferência pode ser realizada a partir, por exemplo, de um telefone
na sua lista de contatos, usando a Chave Pix.
Outra diferença é
que o Pix funciona 24 horas, 7 dias por semana, entre quaisquer bancos, de
banco para fintech, de fintech para instituição de pagamento, entre outros.
Para Alex Peguim, a agilidade do sistema e o baixo custo são os principais
atrativos.
“Tanto para física
quanto para pessoa jurídica, o dinheiro cai na hora e o custo da operação é
baixíssimo, ou nenhum. Muitas vezes, as pessoas não faziam TED ou DOC de
valores muito baixos, pois a própria taxa poderia superar o valor a ser
transferido. As vaquinhas, quando você vai fazer uma festa com os amigos, por
exemplo, a divisão de contas, ficou muito mais simples com o Pix, uma vez que é
possível fazer transferências de centavos”, pondera.
A aposentada Divina
Maria de Sousa, de 65 anos, conta que teve receio de usar a ferramenta no
começo, mas a praticidade do sistema chamou sua atenção. “Antes, a gente tinha
que pagar taxa para fazer transferências, seria um gasto a mais para a gente.
No início eu fiquei com muito medo de colocar meu CPF, celular ou e-mail, e
alguém descobrir e pegar esses dados para fazer transferências. Mas, agora, eu
acho muito mais prático e é uma economia pra mim”, ressalta.
Segundo o Banco
Central, cerca de 40 milhões de pessoas no Brasil fizeram sua primeira
transferência bancária por meio do Pix. Além disso, 14 milhões de brasileiros
abriram uma conta bancária pela primeira vez em 2020, no auge da
pandemia.
Na visão de Alex
Peguim, o volume é resultado principalmente do Pix e do Auxílio Emergencial. “A
população brasileira nunca teve acesso de forma tão barata e ágil a serviços
financeiros. Hoje, temos uma rede de pagamentos mais barata, descomplicada e
rápida”, afirma.
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