O Plano Safra 2020/2021 vai contar com R$ 236,30 bilhões,
cerca de 6% a mais do que a quantia disponibilizada na última temporada. A
informação foi dada pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
Tereza Cristina, durante o lançamento desta edição da iniciativa, nesta
quarta-feira (17). Segundo a titular da Pasta, o governo trabalhou o plano com
duas frentes. Uma delas visa aumentar o volume para equalizar juros. A outra é
no sentido de diminuir as taxas de juros para atender pequenos e médios
produtores.
“Nós pensamos, dentro do que era possível, com todas as dificuldades que o
País tem hoje, para que implementássemos um plano mais robusto, com
possibilidade de ampliação máxima das ações. Continuando com os programas que
todos já conhecem, mas fazendo modificações que facilitam o crescimento dessas
ações dentro do Plano Safra”, pontua Tereza Cristina.
Para ampliar o apoio ao setor devido à crise econômica ocasionada pela
pandemia do novo coronavírus, o Governo Federal decidiu aumentar o volume de
dinheiro com taxas de juros controladas em 3,9%, chegando a R$ 154,3 bilhões.
Desse total, R$ 89,58 bilhões terão taxas equalizadas pelo Tesouro e R$ 64,72
bilhões a taxas controladas. Sobre o volume de recursos com juros de mercado, a
estimativa é de que haja um acréscimo mais significativo, de 10%, para R$ 82
bilhões.
“Eu espero que, com este plano, nós possamos avançar dentro do que o
Ministério da Agricultura tem se proposto a fazer por esse segmento produtivo,
que é incluir cada vez mais, facilitar o crédito, fazer com que ele chegue na
ponta, elaborar programas de inclusão de jovens, programas de tecnologia,
moradia rural, enfim”, afirma a ministra.
Em relação à distribuição de recursos, do volume total, R$ 179,38 bilhões
devem ser destinados para operações de custeio e comercialização, enquanto R$
56,92 bilhões serão para investimentos no setor. Com isso, as operações de
custeio e comercialização vão ter 5,9% a mais em recursos e as de investimento
6,6%, em relação ao que foi disponibilizado na safra anterior.
O MAPA informou que, para custeio, as taxas de juros serão de 2,75% a 4%
ao ano para pequenos produtores, participantes do Pronaf; 5% ao ano para os
médios produtores, participantes do Pronamp; e 6% ao ano para os grandes
produtores.
“É importante salientar a queda dos juros do Pronamp. Ele caiu da faixa 1,
de 3% para 2,75%. Isso é uma queda de 8,30% da taxa de juros. Isso é relevante,
principalmente nesse momento que o Brasil passa por uma pandemia, realmente foi
um Plano Safra muito adequado ao nosso momento atual”, ressaltou o secretário
de Agricultura Familiar e Cooperativismo, Fernando Schwanke.
Outros programas, como o PCA - para financiamento de silos e armazéns –
haverá redução da taxa para 5% e 6% ao ano. Já para o Inovagro, será de 6% ao
ano. Tanto o Pronamp quanto o Moderinfra e o Moderagro vão observar queda para
6% ao ano. No caso do programa ABC, voltado a estimular práticas agrícolas que
reduzam emissões de gases de efeito estufa, as taxas vão sair de 5,25% e 7% ao
ano para 4,5% e 6% ao ano.
Moderfrota
Segundo o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura,
Eduardo Sampaio, o valor a ser ofertado para o Moderfrota será de R$ 9 bilhões.
O Governo Federal, no entanto, deve destinar R$ 6,5 bilhões para o programa com
taxas de juros equalizadas e R$ 2,5 bilhões a taxas de juros livres.
Anteriormente, a ministra Tereza Cristina havia informado que o Banco do Brasil
iria disponibilizar R$ 2,5 bilhões com condições semelhantes às do Moderfrota.
Na avaliação do vice-presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do
Estado de São Paulo (FAESP), Tirso de Salles Meirelles, o valor é significativo
e veio em um momento importante, principalmente pelo fato de o Brasil está
passando por uma pandemia.
“Nós esperávamos um valor um pouco maior, porque é um meio de modernizar e
levar novas tecnologias para o campo e, assim, aumentar a produtividade e
qualidade, além de manter emprego e renda na atividade. Mas, essa equalização
foi importante porque o grande produtor já tem condições de negociar tanto com revenda
de equipamentos, como com o banco. Já o pequeno e o médio não têm essa
estrutura”, opina.
No total, o valor para ser investido em máquinas agrícolas chega a R$ 11,8
bilhões. Desse montante, R$ 9 bilhões será para o Moderforta e R$ 2,8 bilhões
para o Pronaf Mais Alimentos.
Agricultura Familiar
Do que ficou definido no lançamento no Plano Safra 2020/2021, os
agricultores familiares permanecem usando o crédito para financiar ou reformar
casas rurais. Os recursos para este fim ficaram estabelecidos em R$ 500
milhões.
Para os descendentes de agricultor familiar que possua Declaração de
Aptidão (DAP) da sua unidade familiar, será permitido a solicitação
financiamento para construção ou reforma de moradia na propriedade dos pais.
Já à cerca do seguro rural, a subvenção do Governo Federal deve ser 30% maior,
passando de R$ 1 bilhão na safra 2019/2020 para R$ 1,3 bilhão no próximo ciclo
2020/2021. O valor deve possibilitar a contratação de 298 mil apólices, em um
montante segurado de R$ 52 bilhões e cobertura de 21 milhões de hectares.
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