A Polícia Civil
anunciou nesta sexta-feira, 14, em Chapecó, a conclusão do inquérito policial
que apurou as mortes em uma creche municipal em Saudades, no Oeste de Santa
Catarina. Uma entrevista coletiva foi realizada pela manhã na Delegacia
Regional de Chapecó, com a presença de representantes da Delegacia Geral e dos
delegados da região, além do Instituto Geral de Perícias (IGP).
O autor do crime,
que está preso, foi indiciado por cinco homicídios triplamente qualificados e
uma tentativa de homicídio qualificada. O inquérito segue agora para o
Judiciário e o Ministério Público de Santa Catarina.
O delegado geral
Paulo Koerich destacou a interlocução com as agências de inteligência de Santa
Catarina, do Brasil e internacionais, além das forças de segurança estaduais,
federais e internacionais. Uma delas foi a Homeland Security Investigations
(ICE-HSI) na Embaixada dos Estados Unidos em Brasília. O delegado geral citou
ainda que na investigação situações suspeitas foram identificadas e repassadas
a outros Estados para evitar novos crimes.
De acordo com o
delegado Jerônimo Maçal, responsável pelo inquérito, o homem preso agiu para
matar o máximo número de pessoas na creche. “Ele agiu sozinho e consciente do
que fez o tempo todo e planejou o crime desde o ano passado”, pontuou.
Sobre a motivação
do crime, o delegado Jerônimo reafirmou que o autor era uma pessoa bastante
isolada e que nos últimos tempos foi se distanciando cada vez mais. “Ele também
entrou em um mundo que começou a ter contato com muito material violento,
ideias violentas e começou a alimentar ódio ao ponto de ele resolver descarregar
tudo isso em alguém”.
A entrevista contou
com a participação ainda do delegado geral adjunto, Fernando Callfass; do
diretor de Polícia de Fronteira, Carlos Augusto Morbini; do delegado regional
de Chapecó, Ricardo Casagrande, e do gerente do IGP, Jean Osnildo dos Santos.
Confira alguns pontos importantes do caso divulgados durante a entrevista coletiva:
-Ele
agiu sozinho e admitiu o crime. A raiva dele era contra qualquer pessoa,
atacaria qualquer um. Ele definiu aquela escola pela fragilidade. Trabalhou com
várias possibilidades, iniciou com outro alvo, porém com as circunstancias
mudou o alvo.
-A
partir do momento em que a arma chegou, ele definiu o local, 4-5 dias antes do
ataque.
-Comprou
a arma pela internet, tentou diversas vezes comprar outras, porém sem sucesso.
Conseguiu comprar uma faca, com valor próximo a R$400 e falou para a família
que comprou as armas para matar os animais.
-Além
da família, pessoas da escola, trabalho e todo ciclo de convivência dele,
ninguém percebia os sinais, ninguém tinha ideia do que ele estava planejando.
Era uma pessoa quieta, reservada.
-Tinha
acesso a muito conteúdo inapropriado (fotos e vídeos), ao que tudo indica sem
acesso a deepweb e contato com pessoas ruins, que pensavam como ele. No
computador, não havia um planejamento, nada de concreto.
-No
hospital, tinha consciência do que ele fez, foi errado. Ele planejou, sabia que
tava errado. Demonstrou arrependimento, quando se deu conta que pagaria pelo
que fez.
-Desde
o ataque está preso preventivamente na unidade prisional, e ficará assim até o
julgamento.
-No
próprio planejamento admitiu que o objetivo era ter se matado. Porém não obteve
sucesso.
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