A Polícia Federal
prendeu nesta quinta-feira (19), em uma nova fase da operação que investiga a
invasão de celulares de autoridades, Thiago Eliezer Martins dos Santos,
suspeito de participação no esquema.
Segundo as investigações, Santos é um dos integrantes do grupo que
interceptou os celulares de autoridades como o ministro da Justiça e Segurança,
Sergio Moro. A reportagem tenta contato com a defesa do preso.
A segunda fase da Operação Spoofing também incluiu o mandado de prisão
temporária de mais uma pessoa, mas até a última atualização desta reportagem
não havia sido confirmado se o suspeito foi preso.
A primeira etapa da operação foi deflagrada em julho, após o
site The Intercept divulgar trocas de mensagens entre procuradores da Lava Jato e o então juiz Sergio Moro.
Na ocasião, quatro suspeitos foram presos.
Nesta nova fase, cerca de 30 policiais federais participaram das
diligências. Buscas e apreensões foram feitas em quatro imóveis ligados à
organização criminosa investigada. Os mandados eram cumpridos em São Paulo,
Ribeirão Preto (SP) e Brasília (DF).
Investigados mantidos na prisão
Todos os quatro alvos da primeira etapa da operação continuam presos em
Brasília, após a prisão temporária ser convertida em preventiva,
sem prazo para acabar.
Um dos presos, Walter Delgatti Neto, assumiu ter sido o responsável por
interceptar o celular de Moro. Em depoimento, ele contou como acessou o Telegam
— aplicativo de troca de mensagens —do procurador chefe da Lava Jato de Deltan
Dallagnol e de outros procuradores.
No depoimento, Delgatti Neto:
-revelou que a ex-deputada federal
Manuela D'Ávila (PCdoB-RS) foi a intermediária entre ele e o jornalista Glenn
Greenwald, do Intercept, que começou a publicar o conteúdo das mensagens em 9
de junho;
-disse que não recebeu nenhum
dinheiro em troca do diálogo;
-disse que sempre se comunicou com
Glenn Greenwald de maneira virtual, sem revelar a própria identidade.
De acordo com o Juiz que autorizou a prisão dos quatro suspeitos na
primeira etapa da operação, Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara da Justiça
Federal de Brasília, as investigações apontaram que:
-os supostos hackers tiveram acesso
ao código enviado pelos servidores do aplicativo Telegram para o celular de
Moro e dos outros alvos para abrir a versão do aplicativo no navegador de um
computador, e não no celular.
-depois, fizeram ligações para o
número de telefone da vítima, "a fim de que a linha fique ocupada e a
ligação contendo o código de ativação do serviço Telegram Web seja direcionada
para a caixa postal da vítima”.
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