Após uma colisão
frontal entre dois veículos na manhã de domingo, dia 13, um policial
militar resgatou um dos motoristas das ferragens de um carro em chamas na
rodovia SC-284 em Campos Novos. O sargento Marcos Silva, de 45 anos,
estava a caminho do trabalho quando viu o acidente, e decidiu prestar socorro
devido ao fogo.
"Eu pensei, vou filmar. Porque o carro poderia explodir e acontecer de eu morrer neste momento, pelo menos os meus filhos vão saber que eu morri tentando salvar a vida das pessoas", afirmou Marcos.
O policial militar disse que tentou abrir as portas do veículo, mas elas estavam trancadas. Ele tentou ainda controlar o fogo com o extintor de incêndio, mas não teve sucesso.
"Tentei quebrar um dos vidros laterais, mas também não consegui. Aí acabei puxando a porta do caroneiro e daí o vidro estourou. O motorista não tinha extintor de incêndio, corri até a minha caminhonete, peguei o extintor, tentei apagar o fogo, mas como as chamas já estavam muito altas, o extintor acabou e eu não consegui apagar. Nesse momento eu peguei e tirei o condutor do veículo pelo vidro", relatou.
O sargento Marcos afirmou que o resgate foi difícil. "Ele estava com as pernas quebradas, foi um pouco difícil. Mas nessa hora você não vê dificuldade. Uma pessoa dentro do veículo, gritando e falando que está queimando, você acaba nem pensando no risco."
No outro veículo havia duas pessoas, um homem de 23 anos e a passageira de 27 anos, segundo o Corpo de Bombeiros. Eles também estavam presos às ferragens. Como o PM não conseguiu retirar os ocupantes decidiu afastar o carro das chamas.
"Eu amarrei uma corda na minha caminhonete e puxei o outro veículo para mais longe. Porque o veículo que estava pegando fogo e estava encostado neste outro veículo. Então, provavelmente o outro veículo também ia pegar fogo", contou o policial.
Segundo Marcos, a decisão de ajudar ele próprio as vítimas aconteceu porque no local o sinal de celular é muito ruim e demoraria muito tempo até conseguir chamar socorro.
"Se eu fosse sair do local para ir em algum lugar pegar sinal para chamar, até o bombeiro chegar ali, com certeza as vítimas não teriam chance, teriam queimado. A hora que o bombeiro chegou lá, já não tinha mais o que fazer. Neste momento, a única coisa que eu pensei foi tentar ajudar da melhor forma possível e salvando as vidas com o que eu tinha no momento".
Segundo o Corpo de Bombeiros, as três pessoas envolvidas no acidente ficaram gravemente feridas, com politraumatismo e quadro clínico instável. Todos foram encaminhados para o Hospital Dr. José Athanazio.
Débora Luana da Silva, de 27 anos, carona do Gol sofreu uma parada cardiorrespiratória e acabou falecendo no final da manhã de domingo. Os outros envolvidos no acidente seguem em atendimento no hospital.
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