O Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes, em Santa
Catarina, recebeu nesta terça-feira o maior navio que já atracou na costa
brasileira para trazer contêineres vazios e partir carregando madeira e carnes
de frango e suína.
Com 347 metros de comprimento, 45,2 metros de largura (boca) e capacidade
para 10.789 TEUs, o APL Paris terá atracação única na América Latina, no
terminal da Portonave, segundo informações da Associação Brasileira Terminais
de Contêineres (Abratec).
O diretor-superintendente administrativo da Portonave, Osmari de Castilho
Ribas, disse à Reuters que este tipo de embarcação traz muitos contêineres
vazios, um reposicionamento para suprir a necessidade regional.
"Uma das principais demandas que temos aqui é para carnes congeladas.
Já tivemos problemas com falta de contêineres para carga refrigerada, mas
(atualmente) está equilibrado. Não tem sido um gargalo para exportação",
afirmou.
Em meados de março, contêineres enviados à China demoraram mais que o
esperado para retornar ao Brasil, devido a medidas de controle do novo
coronavírus no país asiático, e desencadearam a redução de abates entre
frigoríficos brasileiros.
A maior disponibilidade de contêinerers no complexo catarinense, o segundo
maior em movimentação de cargas "conteinerizadas", potencialmente
favorece exportadores de carnes em momento de forte demanda pelo produto
nacional, especialmente da China.
Ainda de acordo com a Portonave, um navio "gigante" como o APL
Paris representa um ganho significativo de escala ao Terminal de 2,2 mil
contêineres na comparação com outros navios.
O APL tem capacidade para 7,2 mil contêineres no total, enquanto os
demais, que chegam a até 300 metros, têm capacidade para 5 mil contêineres.
"Essa pode ser uma diferença significativa para um porto que importa
químicos, plásticos e derivados, têxtil e maquinários, e na exportação (opera)
com madeira, carnes congeladas e derivados."
A atracação do navio "gigante" foi possível graças à conclusão
de melhorias logísticas e obras na Bacia da Evolução.
Desde então, o complexo está apto para receber navios de até 350 metros de
comprimento por 48,50 de boca, disse Castilho.
O próximo passo é executar a segunda etapa de obras na nova Bacia de
Evolução, para atender navios de até 400 metros de comprimento e 65 metros de
largura.
Segundo a Portonave, há previsão de que a União invista aproximadamente
250 milhões de reais, conforme Plano Plurianual do Ministério da
Infraestrutura, de 2020 a 2023, no acesso aquaviário que atende a terminais
públicos e privados.
A obra está projetada e licenciada ambientalmente, mas não há qualquer
previsão de início dos trabalhos até agora.
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