O Conselho das
Federações Empresariais de Santa Catarina (COFEM), como o representante do
setor empresarial de Santa Catarina, solidário com a sociedade neste momento
grave, mas ciente de suas responsabilidades, avalia que, no atual cenário, a
paralisação da economia poderá ter consequências sociais tão graves quanto a
própria pandemia. Passadas duas semanas de quarentena em Santa Catarina,
com redução drástica ou interrupção total do faturamento, as empresas estão
diante da necessidade de honrar compromissos como a folha de pagamento e
diversos outros, enquanto grande parte das medidas de apoio anunciadas não se
materializaram na prática ou se mostram insuficientes.
Preservar a vida
dos catarinenses é prioridade. Sem minimizar a seriedade do problema, contudo,
as entidades empresariais catarinenses defendem que, seguindo rigorosos
protocolos de segurança e isolamento de grupos de risco, seja autorizada a
volta gradativa, mas imediata, das atividades econômicas. Sem isso, muitas
empresas, especialmente as pequenas, fecharão e os já elevados níveis de
desemprego no País se ampliarão fortemente. O setor empresarial defende o
equilíbrio entre a preservação da saúde da população e a possibilidade de
evitar o caos. Quem está premido por uma folha de pagamento ou uma família para
alimentar sabe o que é isso.
Na retomada das
atividades, o COFEM propõe que seja considerada a interdependência das cadeias
produtivas, ou seja, o conjunto de empresas de diversos setores (como
agronegócio, indústria, transporte e comércio), que operam de forma integrada
para prover produtos e serviços à sociedade.
Em paralelo a isso,
espera-se que sejam postas em prática, imediatamente e sem burocracia, medidas
de apoio à sobrevivência das empresas e dos cidadãos e para manutenção dos
empregos. Entre estas, destacam-se iniciativas como a já solicitada postergação
e parcelamento de pagamento de tributos, em especial do ICMS, e a oferta de
crédito para capital de giro em condições condizentes com o momento. Garantir a
saúde pública vai além do isolamento, mas passa também pela melhoria da
infraestrutura técnica e profissional na área, que precisa ser demonstrada na
prática.
Além disso, as
federações empresariais esperam do setor público ações concretas de redução de
custos e revisão de prioridades no uso do recurso público. São exemplos disso o
adiamento das eleições de 2020, com o redirecionamento do fundo partidário para
o enfrentamento da crise, e a concessão de férias e redução de jornada de
trabalho do funcionalismo. É uma questão que se impõe, já que também a receita
do setor público cairá com a redução da atividade econômica. O custo da crise
não pode ficar restrito à iniciativa privada e seus trabalhadores.
Os catarinenses,
certamente, irão se unir, dentro de seu já conhecido espírito de solidariedade,
que permitiu superar tantas crises e desastres naturais. Como sempre, o COFEM
está à disposição do governo e da sociedade catarinense para aprofundar a
contribuição nesse sentido. E, inclusive, já colocou em prática uma série de
ações como treinamento, disseminação de informação, distribuição de alimentos,
aquisição de ventiladores e equipamentos de proteção, além de suporte logístico
e tecnológico. Essa cooperação poderá ser ampliada por meio do diálogo, com a
necessária participação empresarial na discussão e planejamento das ações que
impactam a economia.
O COFEM se reuniu
nessa segunda-feira (30) e é
composto pelas Federações das Indústrias (FIESC), do Comércio (FECOMÉRCIO), da
Agricultura (FAESC), dos Transportes (FETRANCESC), das Associações Empresariais
(FACISC), das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL) e das Micro e Pequenas
Empresas (FAMPESC).
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