Prefeito de Itajaí quer tratar Covid-19 com administração retal de ozônio: 'aplicação tranquilíssima'

04/08/2020 - 11h27

O prefeito de Itajaí (SC), Volnei Morastoni (MDB), anunciou que pretende disponibilizar mais um tratamento na tentativa de combater a Covid-19 na cidade: aplicação de ozônio pelo ânus. A opção inusitada, e sem eficácia cientificamente comprovada, seria apenas para quem já testou positivo para o novo coronavírus.

Morastoni é médico e fez o anúncio em uma live em uma rede social na noite desta segunda-feira (03). Ele diz ter inscrito a cidade na Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa), ligada ao Ministério da Saúde, para integrar um protocolo de pesquisa sobre o uso do ozônio.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o próprio Ministério da Saúde já afirmaram reiteradamente que não há cura para a Covid-19 e nenhum tratamento que possua eficácia cientificamente comprovada.

"Provavelmente vai ser uma aplicação via retal, uma aplicação tranquilíssima, rapidíssima, de dois minutos, num cateter fininho e isso dá um resultado excelente", afirmou Morastoni na live.

O prefeito catarinense ressaltou que o tratamento seria apenas “a quem desejar” e estimou ainda que seriam necessárias dez sessões de aplicação de ozônio, “simples e rápidas”.

Cidade já ofereceu outros remédios sem comprovação

Além do polêmico Ozônio, Morastoni lembrou que sua administração já oferece outros remédios sem eficácia comprovada no combate ao novo coronavírus.

"Além da ivermectina, da azitromicina, além da cânfora, nós vamos fornecer o ozônio", disse o prefeito. A ivermectina é uma medicação usada para combater vermes e parasitas.

Depois de implementar a ivermectina, as mortes da cidade não pararam de crescer. Na noite desta segunda-feira, o município catarinense registrava 105 óbitos e mais de 3.600 casos confirmados.

Em sua transmissão, o prefeito cita ainda a médica Lucy Kerr, defensora do uso da ivermectina para o tratamento de Covid-19. Ela teve seu canal retirado do ar no YouTube após a plataforma apontar que o conteúdo contribuía para a desinformação acerca da pandemia.

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