Foto: Divulgação
Mesmo diante das
adversidades enfrentadas desde o início da pandemia da COVID-19, a produção e
as exportações de carne de frango, de carne suína e de ovos devem registrar
crescimento e novos recordes em 2021, conforme projeções traçadas pela
Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), divulgadas em coletiva de
imprensa ocorrida nesta quarta-feira (29/09).
No caso da carne
de frango, os levantamentos da ABPA indicam que a produção nacional
deverá totalizar entre 14,100 e 14,300 milhões de toneladas, ou o equivalente a
3,5% de crescimento em relação ao total produzido em 2020, com 13,845 milhões
de toneladas. Caso seja confirmado, será o maior volume de produção já
registrado pela avicultura nacional.
Deste total,
espera-se que entre 9,550 e 9,800 milhões de toneladas sejam direcionadas para
o mercado interno, número até 2% superior ao destinado em 2020, com
total de 9,614 milhões de toneladas. Com isso, o consumo de
carne de frango deverá alcançar o patamar de até 46 quilos per capita, um
incremento de 1,5% em relação ao registrado no ano passado, com 45,27 quilos.
Já as exportações de
carne de frango deverão totalizar entre 4,500 e 4,550 milhões de toneladas,
volume até 7,5% superior em relação às 4,231 milhões de toneladas embarcadas em
2020. Se a maior variação de crescimento se confirmar, será um novo recorde
histórico para a avicultura nacional.
Com relação às
expectativas de carne suína, a produção
brasileira deverá alcançar até 4,700 milhões de toneladas, volume 6%
superior ao registrado no mesmo período de 2020, com 4,436 milhões de
toneladas. Confirmada essa projeção, será um novo recorde de produção para a
suinocultura nacional.
Para o mercado
doméstico, espera-se a destinação de até 3,600 milhões de toneladas, número
5,5% maior em relação a 2020, com 3,412 milhões de toneladas. Neste
quadro, o consumo per capita deverá chegar a 16,90 quilos,
índice 5% superior ao registrado em 2020, com 16,06 quilos.
No mercado
internacional, as exportações de carne suína poderão alcançar
1,150 milhão de toneladas, número até 12% maior que as 1,024 milhão de
toneladas exportadas em 2020.
Por fim, no caso do
setor de ovos, a produção brasileira deverá chegar a 54,503 bilhões
de unidades neste ano, número 2% maior que as 53,533 bilhões de unidades
registradas em 2020 - novo recorde setorial.
Confirmada essa
projeção, o consumo de ovos ao ano chegará a 255 unidades per
capita, novo índice histórico, com alta de 1,5% em relação ao índice registrado
em 2020, com 251 unidades.
Fatores que
influenciaram as projeções - De acordo com o presidente da ABPA, Ricardo Santin, o comportamento da
produção foi especialmente influenciado pela manutenção da demanda interna,
mesmo em meio ao quadro crítico gerado pela pandemia da COVID-19.
“Os programas de
apoio à renda em função da pandemia, somados a uma melhora do quadro econômico
e da vacinação no País têm delineado um cenário de sustentação da demanda por
produtos de aves, suínos e ovos no mercado brasileiro. Neste contexto, o
suprimento segue ajustado à demanda”, analisa Santin.
Já no mercado
internacional, conforme o diretor de mercados da entidade, Luís Rua, a
consistência da demanda asiática por aves e suínos, atrelada ao aumento da
procura em clientes tradicionais como o Oriente Médio e a União Europeia,
reforçaram a expectativa de recorde nas exportações das duas proteínas.
“Isto, sem gerar
qualquer pressão de disponibilidade de produtos no Brasil. Ao contrário,
temos mantido também a oferta para o consumidor brasileiro, que é o principal
destino de nossa produção”, completa o diretor da ABPA.
Apesar disto, o
setor produtivo tem enfrentado desafios severos em relação ao equilíbrio dos
custos de produção, com altas históricas em praticamente todos os insumos, como
o milho, o farelo de soja, o diesel, embalagens plásticas e de papelão, energia
elétrica e outros.
“Felizmente, graças ao apoio da Ministra Tereza Cristina, o setor produtivo vem obtendo importantes avanços para o enfrentamento deste quadro, com medidas voltadas à redução da pressão e das assimetrias existentes no mercado de grãos, especialmente a partir do segundo semestre de 2020”, completa Santin.
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