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Em dez dias de
funcionamento, a nova fase do Programa Nacional de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (Pronampe) emprestou 40% dos recursos, informou o Ministério da
Economia. Dos R$ 25 bilhões disponíveis, R$ 10 bilhões haviam sido contratados
até o fim da semana passada por cerca de 130 mil empresas.
Caso o ritmo de
empréstimos se mantenha, o programa esgotará os recursos no início da próxima
semana. Criado no ano passado para ajudar micro e pequenas empresas afetadas
pela pandemia de covid-19, o Pronampe tornou-se permanente neste ano,
mas o volume que pode ser emprestado depende da quantia injetada no Fundo
Garantidor de Operações (FGO).
Com aportes de
recursos do Orçamento, o FGO foi criado para cobrir eventuais calotes dos
tomadores e facilitar a concessão de empréstimos. Neste ano, o governo injetou
R$ 5 bilhões no fundo, o que deve garantir R$ 25 bilhões em empréstimos nesta
fase do Pronampe, com a alavancagem (multiplicação de crédito) dos bancos. O
governo prevê atender de 280 mil até 325 mil empresas na atual rodada.
De acordo com o
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), atualmente
cerca de 5 milhões de empresas se qualificam para pegar créditos no Pronampe.
Caso todos os negócios enquadrados pegassem empréstimos, seriam necessários de
R$ 160 bilhões a R$ 200 bilhões para atender a todos os demandantes.
Bancos
Com a demanda maior
que a oferta, os recursos começaram a se esgotar nos bancos que operam o
Pronampe. Com R$ 3,2 bilhões destinados ao programa, o Banco do Brasil
emprestou todo o dinheiro em apenas dois dias. O Bradesco também emprestou
totalmente a quantia de R$ 1,7 bilhão em recursos disponíveis.
No Sistema de
Cooperativas Financeiras do Brasil (Sicoob), foram emprestados cerca de R$ 300
milhões do R$ 1,2 bilhão disponíveis. Por enquanto, os clientes ainda podem
procurar a Caixa Econômica Federal, que tem a maior verba para o Pronampe, no
total de R$ 6,3 bilhões, e os bancos privados Santander e Itaú.
Uma opção para os
micro e pequenos empresários são os bancos de desenvolvimento, como Banco da
Amazônia e Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais. Essas instituições
começaram a emprestar mais tarde, porque estavam concluindo os testes nos
sistemas na primeira semana da nova fase do programa.
Demanda
Em junho, o
secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério
da Economia Carlos da Costa disse que o governo poderia estudar um
novo aporte de recursos ao FGO para ampliar o orçamento do Pronampe. No
entanto, a medida depende de estudos sobre o impacto fiscal para sair do papel.
Isso porque o dinheiro do FGO vem do Orçamento Geral da União e um aporte do
Tesouro Nacional influencia o teto de gastos.
Receita bruta
Só podem contrair
empréstimos no Pronampe microempresas com receita bruta de até R$ 360 mil ou
pequenas empresas com receita bruta de até R$ 4,8 milhões em 2020. As operações
têm 48 meses (quatro anos), com 6 a 11 meses de carência (pausa para o pagamento
da primeira prestação), dependendo do banco.
Os juros equivalem
à taxa Selic (juros básicos da economia) mais 6% ao ano. Atualmente, a Selic
está em 4,25% ao ano. Cada empresa poderá pegar até R$ 150 mil em crédito,
somadas as operações já contratadas.
Os recursos podem
ser usados para investimentos e capital de giro isolado ou associado ao
investimento. Dessa forma, além de realizarem reformas e adquirirem máquinas e
equipamentos, as micro e pequenas empresas podem usar os recursos do Pronampe
para despesas operacionais, como pagamento de salário e compra de
matérias-primas e de mercadorias.
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