Com a aprovação do projeto, produtores rurais poderão comprar bovinos de outros estados para o abate em Santa Catarina (Foto: Cristiano Estrela/Secom).
O Governo de Santa
Catarina encaminhou para à Assembleia Legislativa o projeto de lei que atualiza
a Lei Estadual nº 17.826, de 18/12/19, que trata da entrada de bovinos e
bubalinos de outros estados reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde
Animal (OIE) como zona livre de febre aftosa sem vacinação. O projeto foi
elaborado em conjunto entre a Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e
do Desenvolvimento Rural e a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de
Santa Catarina (Cidasc).
A mudança é
necessária, pois a legislação em vigor foi criada em 2019, anteriormente ao
reconhecimento pela OIE de outros estados brasileiros como zona livre de febre
aftosa sem vacinação. Desde 2007, Santa Catarina era o único estado a possuir
este status sanitário. A mudança ocorreu neste ano, com a inclusão de Rio
Grande do Sul, Paraná, Acre, Rondônia e regiões do Amazonas e do Mato Grosso do
Sul.
“Com o projeto de
lei aprovado, os produtores poderão comprar bovinos de outros estados para o
abate em Santa Catarina. É mais um avanço que estamos conquistando,
principalmente com as áreas livres de febre aftosa do Paraná e do Rio Grande do
Sul, que haverão de trabalhar em conjunto para que nós possamos ter mais
matérias-primas à disposição de Santa Catarina, novamente fortalecendo a cadeia
da bovinocultura de corte. É mais uma iniciativa do Governo do Estado para
tornar a economia de Santa Catarina ainda mais dinâmica”, destaca o secretário
de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Altair Silva.
Com a proposição
encaminhada, Santa Catarina atualiza as normas para a entrada de bovinos e
bubalinos no estado. Permanece na proposição as obrigatoriedades de que os
animais devem ser de estados certificados como zona livre de febre aftosa sem
vacinação reconhecidos pela OIE e possuir identificação individual oficial,
permanente ou de longa duração aplicada em até seis meses após o nascimento,
entre outros requisitos. A exceção passa a ser para bovinos e bubalinos
destinados ao abate imediato em estabelecimentos com Serviço de Inspeção Oficial
ou destinados a Estabelecimentos de Pré-Embarque (EPEs) para exportação de
animais vivos.
A entrada de
animais continua condicionada ao transporte em veículos com carga lacrada pelo
Serviço Veterinário Oficial do Estado de origem, podendo ingressar no Estado de
Santa Catarina somente pelos postos fixos de fiscalização estabelecidos pelo
Serviço Veterinário Estadual de Santa Catarina.
Além disso, é
necessário o registro da entrada dos animais pelos seus proprietários, no prazo
de até cinco dias úteis após o ingresso, no Sistema de Gestão da Defesa
Agropecuária Catarinense, e a identificação dos animais com brincos oficiais do
Sistema de Identificação Individual e Rastreabilidade de Bovinos e Bubalinos de
Santa Catarina.
Identificação
individual
Em Santa Catarina todos
os bovinos e bubalinos são identificados individualmente com um brinco que
assegura que os animais são nascidos e criados no estado. A brincagem é
obrigatória e é uma forma de controlar o rebanho catarinense.
Os brincos são
colocados nos animais antes dos seis meses e contém um número e um código de
barras, funcionando como uma carteira de identidade, com todas as informações
sobre aquele animal: data de nascimento, número do brinco da mãe, município de
origem e nome do proprietário.
São mais de quatro
milhões de cabeças de gado registradas e ao menor sinal de doenças ou
irregularidades é possível rastrear o animal e resolver o problema com rapidez.
A identificação dos bovinos e búfalos se tornou um grande diferencial da
produção catarinense para venda de carnes ao mercado internacional.
Entrada de
bovinos e bubalinos de estados ainda não reconhecidos pela OIE
O ingresso ao
estado de bovinos de outros estados não reconhecidos pela OIE como zona livre
de febre aftosa sem vacinação, mesmo que para abate imediato, permanece
proibido. As equipes técnicas da Secretaria de Estado da Agricultura e da
Cidasc continuarão trabalhando para manter Santa Catarina como referência
internacional em saúde animal.
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