A EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação
Industrial) investiu no desenvolvimento de um equipamento que irá contribuir no
tratamento de pacientes graves da Covid-19. Trata-se do Sistema Solis, fruto da
parceria com a empresa Braile Biomédica, de São José do Rio Preto, e
pesquisadores da Unidade EMBRAPII – Eldorado, de Campinas. O lançamento oficial
da tecnologia ocorreu na terça (26) e o produto já está sendo comercializado. O
primeiro sistema foi vendido para o Ceará e, segundo a empresa, já há interesse
de outros países.
O aparelho consiste na Oxigenação por Membrana Extracorpórea
(ECMO em inglês), uma forma de respiração extracorporal. Ele será utilizado em
pacientes graves com Covid-19 quando a ventilação mecânica não estiver mais
surtindo efeito, ajudando a manter o paciente vivo até que a doença regrida.
Além disso, a tecnologia pode exercer simultaneamente a função do pulmão e do
coração em pacientes em que um desses órgãos ou ambos – perdeu temporariamente
a capacidade de realizar estas funções.
O tratamento é indicado para adultos ou crianças, em casos de
transplante de coração, infarto do miocárdio, parada cardíaca e insuficiência
respiratória aguda, condição também causada pelo novo coronavírus, no qual há
inflamação dos brônquios e o comprometimento dos alvéolos, pequenas estruturas
que compõem o sistema respiratório, e funcionam levando o oxigênio à corrente
sanguínea.
“A EMBRAPII nasceu com o propósito de ajudar as empresas
inovadoras a superar desafios tecnológicos. Diante da Covid-19 não seria
diferente. Ao aumentar o percentual de recursos não reembolsáveis, a
organização está contribuindo com a indústria nacional, fomentando a inovação e
potencializando o enfrentamento da pandemia”, destaca José Luis Gordon, diretor
de Diretor de Planejamento e Relações Institucionais da EMBRAPII.
Segundo Rafael Braile, diretor da Braile, a terapia foi
amplamente usada no mundo durante o surto de H1N1, entre 2009 e 2010. “Na
época, tivemos o aumento em 100 vezes de sua utilização e os resultados foram
positivos. Estamos observando os casos da Coreia do Sul e Japão, onde a ECMO
tem sido oferecida para suporte no tratamento do Coronavírus. Nesses países, a
curva de mortalidade tem sido menor”, afirma.
O processo de desenvolvimento do produto foi complexo, mas a
tecnologia e a pressão da pandemia, ligadas ao know how das
empresas envolvidas fez com que fosse possível torná-lo realidade em apenas
seis meses, desde a decisão de fazê-lo até o registro da Anvisa, publicado no
Diário Oficial da União.
A EMBRAPII arcou com R$ 1,15 milhão, o que
representa metade do valor do projeto, orçado em R$ 2,3 milhões. Os recursos
aplicados pela EMBRAPII não precisarão ser reembolsados pela empresa Braile.
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