Projetos fortalecem cadeia produtiva do leite no Extremo Oeste

Representantes do Sebrae/SC, da Prefeitura de Itapiranga, da UCEFF e do Instituto FAI, durante formalização do convênio

Representantes do Sebrae/SC, da Prefeitura de Itapiranga, da UCEFF e do Instituto FAI, durante formalização do convênio

08/08/2019 - 16h46

O empreendedorismo rural continua em ascensão no Extremo Oeste catarinense. Desta vez quem ganhou protagonismo foi o setor de leite com o lançamento de dois importantes projetos realizados pelo Sebrae/SC com parcerias locais. Um deles é o Projeto de Desenvolvimento de Produtores da Bovinocultura Leiteira lançado em Itapiranga juntamente com a Prefeitura, UCEFF Faculdades e Instituto FAI. O outro, com o mesmo foco, foi apresentado em Caibi e tem entre os parceiros a Prefeitura, UCEFF, Secretaria Municipal de Agricultura, Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e Laticínios locais.

Presente nos dois eventos, o diretor técnico do Sebrae/SC, Luc Pinheiro, destacou que o princípio do desenvolvimento de qualquer negócio, seja na área rural ou urbana, é aumentar a produtividade. Segundo ele, a bacia leiteira de Itapiranga que já vem se desenvolvendo há um bom tempo com resultados expressivos precisa dar um salto. “Isso vem com inovação e tecnologia não somente de maquinário, mas de gestão e processos, o que é fundamental para alcançar melhores índices de produtividade. Qualquer avanço que ocorra em produtividade gera, consenquentemente, um ganho direto no bolso de quem empreende e esse é o princípio que queremos: buscar melhores ganhos para ter melhores sustentos aos negócios”.

Luc Pinheiro complementou, ainda, que no atual cenário que marca a saída de um processo de crise e com o avanço econômico que se vislumbra, nada é mais importante que a valorização desses produtores que estão querendo melhorar sua condição de vida. “A economia promete um crescimento e nós precisamos estar preparados”.

Na visão do prefeito de Itapiranga, Jorge Welter, essa parceria do município com o Sebrae/SC, Cidade Empreendedora, Instituto FAI e a UCEFF vem ao encontro de uma política de desenvolvimento do setor agropecuário, principalmente, na atual fase do setor do leite. “Essas certificações de propriedades livres de tuberculose e brucelose são fundamentais para que o produtor tenha a garantia de obter um excelente produto, além da condição de poder negociar preço e venda de um item que está livre de tuberculose e brucelose”.

O prefeito complementou que os projetos surgiram para fomentar o desenvolvimento do município com a bacia leiteira e promover o movimento econômico com a venda de um produto melhor, promover o movimento econômico, mas principalmente cuidar da sanidade animal de forma que exista condições de apresentar um rebanho de qualidade em Itapiranga. “O projeto consolida as ações do Cidade Empreendedora. É mais uma etapa de tantas que fizemos e tantas que ainda temos pela frente. É a eficiência da condição que o Sebrae nos dá para melhorar o desenvolvimento econômico e sustentável do nosso município”, conclui o prefeito.

Ações desenvolvidas

Em 2018, foi realizado o projeto de consultoria em reprodução e qualidade de leite Piracanjuba, com 78 empresários rurais beneficiados. Também foi executado o projeto de saneamento em gado de leite de Itapiranga, com a participação de 44 produtores.

Para 2019, estão previstas duas ações em Itapiranga, com investimento de aproximadamente R$ 310 mil. O primeiro é sobre saneamento, atualização e inscrição no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que abrangerá 1.192 horas de consultoria tecnológica em gado de leite no município para 61 empresários rurais. O segundo é a conclusão do projeto de saneamento com certificação das propriedades como livres de brucelose e tuberculose, que beneficiará 42 empresários rurais com 1.176 horas de consultoria e terá acompanhamento de 2.120 animais.

Números da bovinocultura leiteira em Itapiranga

O plantel leiteiro de Itapiranga compreende 20.400 animais, o que corresponde a 69,30% do rebanho do município, sendo 17.000 vacas em lactação, que têm uma produção média de 12,65 litros/dia/animal.

“Os números do setor impressionam ainda mais se comparados com a produção média mundial que é de 9,66 litros/dia/animal, conforme o Instituto de Estudos Pecuários (IEPEC), e da produção média brasileira que é de 4,38 litros/dia/animal, segundo o Sistema de Inteligência Setorial (SIS). Além disso, a produção de 2018 no município foi de 64,5 milhões de litros, com um faturamento de mais de R$ 80,6 milhões”, enalteceu o consultor credenciado ao Sebrae/SC, Lazie De Col.

Outro dado que comprova a importância econômica do setor para Itapiranga é a expansão da produção de litros de leite/ano, mesmo com a redução no número de produtores que desenvolveram a atividade nos últimos 10 anos. Segundo De Col, em 2007 exerciam a atividade 900 empresários rurais que tinham uma produção média de 30 milhões de litros/ano, já em 2018 o número de produtores reduziu para 662 e a produção dobrou para 64 milhões de litros/ano.

Desenvolvimento da bacia leiteira de Caibi

O terceiro projeto refere-se à certificação de propriedade livre de brucelose e tuberculose, com a participação de 32 produtores e acompanhamento de 2.500 animais. A iniciativa é do Sebrae/SC com recursos do Sebraetec, da Prefeitura Municipal de Caibi por meio da Secretaria Municipal de Agricultura, Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e laticínios locais. Estão previstas ações como a implantação de medidas de qualidade do leite e certificação de brucelose e tuberculose conforme legislação vigente. O objetivo é aumentar a lucratividade do produtor e majorar o preço médio de venda do produto por qualidade e comprovação de sanidade.

No projeto de saneamento para brucelose e tuberculose serão necessárias implantar as seguintes medidas: atendimento de legislação específica; melhoria da posição no mercado; aperfeiçoamento da qualidade do processo e da qualidade do produto; aumento no percentual de faturamento e lucro líquido e diferenciação do produto ou serviço. “O processo de certificação necessita de gestão de projetos, controle e planejamento, conforme normativa. Por isso, é fundamental o comprometimento e entendimento do empreendedor”, explicou o consultor credenciado ao Sebrae/SC.

O prefeito de Caibi, Elói José Libano, ressaltou que o programa valorizará as propriedades com a certificação e as adequações para melhoria na qualidade do leite produzido, o que resultará na ampliação no preço pago ao empresário rural. Outro reflexo benéfico será a credibilidade do setor perante ao mercado. “Nosso objetivo é auxiliar na expansão da bacia leiteira, uma vez, que temos muitos investidores para o segmento. Com melhoria da qualidade e da gestão das propriedades todos ganham: produtor, indústria, município e consumidor final”, destacou.

O gerente regional Extremo Oeste do Sebrae/SC, Udo Trennepohl, explicou que nos dois municípios foram utilizados recursos do Sebraetec, visando desenvolver a cadeia leiteira com foco na melhoria da rentabilidade das propriedades. “Tudo isso para que o empresário rural gere mais lucratividade no seu negócio vinculado à bovinocultura de leite. Aliado a isso, temos as ações do Programa Cidade Empreendedora, realizado pela Prefeitura e Sebrae/SC, que vêm obtendo expressivos resultados no que se refere ao desenvolvimento econômico e social nos dois municípios”.

Números da bovinocultura leiteira em Caibi

O plantel leiteiro de Caibi compreende 11.500 animais, sendo 6.500 vacas em lactação, que tem uma produção média de 12,8 litros/dia/animal. Além disso, a produção de 2018 no município foi de 30 milhões de litros, com um faturamento de mais de R$ 45 milhões. A produção do município em 2010 era de 12,5 milhões/litros/ano e passou para 30 milhões/litros/ano, o que corresponde a um aumento da produtividade de 150%.


  • por
  • Jornal Regional



DEIXE UM COMENTÁRIO

Facebook