
Representantes do Sebrae/SC, da Prefeitura de Itapiranga, da UCEFF e do Instituto FAI, durante formalização do convênio
O empreendedorismo
rural continua em ascensão no Extremo Oeste catarinense. Desta vez quem ganhou
protagonismo foi o setor de leite com o lançamento de dois importantes projetos
realizados pelo Sebrae/SC com parcerias locais. Um deles é o Projeto de
Desenvolvimento de Produtores da Bovinocultura Leiteira lançado em
Itapiranga juntamente com a Prefeitura, UCEFF Faculdades e Instituto
FAI. O outro, com o mesmo foco, foi apresentado em Caibi e tem entre os
parceiros a Prefeitura, UCEFF, Secretaria Municipal de Agricultura, Câmara de
Dirigentes Lojistas (CDL) e Laticínios locais.
Presente nos dois
eventos, o diretor técnico do Sebrae/SC, Luc Pinheiro, destacou que
o princípio do desenvolvimento de qualquer negócio, seja na área rural ou
urbana, é aumentar a produtividade. Segundo ele, a bacia leiteira de Itapiranga
que já vem se desenvolvendo há um bom tempo com resultados expressivos precisa
dar um salto. “Isso vem com inovação e tecnologia não somente de maquinário,
mas de gestão e processos, o que é fundamental para alcançar melhores índices
de produtividade. Qualquer avanço que ocorra em produtividade gera,
consenquentemente, um ganho direto no bolso de quem empreende e esse é o
princípio que queremos: buscar melhores ganhos para ter melhores sustentos aos
negócios”.
Luc Pinheiro
complementou, ainda, que no atual cenário que marca a saída de um processo de
crise e com o avanço econômico que se vislumbra, nada é mais importante que a
valorização desses produtores que estão querendo melhorar sua condição de vida.
“A economia promete um crescimento e nós precisamos estar preparados”.
Na visão do
prefeito de Itapiranga, Jorge Welter, essa parceria do
município com o Sebrae/SC, Cidade Empreendedora, Instituto FAI e a UCEFF vem
ao encontro de uma política de desenvolvimento do setor agropecuário,
principalmente, na atual fase do setor do leite. “Essas certificações de
propriedades livres de tuberculose e brucelose são fundamentais para que o
produtor tenha a garantia de obter um excelente produto, além da condição de
poder negociar preço e venda de um item que está livre de tuberculose e
brucelose”.
O prefeito
complementou que os projetos surgiram para fomentar o desenvolvimento do município
com a bacia leiteira e promover o movimento econômico com a venda de um produto
melhor, promover o movimento econômico, mas principalmente cuidar da sanidade
animal de forma que exista condições de apresentar um rebanho de qualidade em
Itapiranga. “O projeto consolida as ações do Cidade Empreendedora. É mais uma
etapa de tantas que fizemos e tantas que ainda temos pela frente. É a
eficiência da condição que o Sebrae nos dá para melhorar o desenvolvimento
econômico e sustentável do nosso município”, conclui o prefeito.
Ações
desenvolvidas
Em 2018, foi
realizado o projeto de consultoria em reprodução e qualidade de leite
Piracanjuba, com 78 empresários rurais beneficiados. Também foi executado o
projeto de saneamento em gado de leite de Itapiranga, com a participação de 44
produtores.
Para 2019, estão
previstas duas ações em Itapiranga, com investimento de aproximadamente R$ 310
mil. O primeiro é sobre saneamento, atualização e inscrição no Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que abrangerá 1.192 horas de
consultoria tecnológica em gado de leite no município para 61 empresários
rurais. O segundo é a conclusão do projeto de saneamento com certificação das
propriedades como livres de brucelose e tuberculose, que beneficiará 42
empresários rurais com 1.176 horas de consultoria e terá acompanhamento de
2.120 animais.
Números da
bovinocultura leiteira em Itapiranga
O plantel leiteiro
de Itapiranga compreende 20.400 animais, o que corresponde a 69,30% do rebanho
do município, sendo 17.000 vacas em lactação, que têm uma produção média de
12,65 litros/dia/animal.
“Os números do
setor impressionam ainda mais se comparados com a produção média mundial que é
de 9,66 litros/dia/animal, conforme o Instituto de Estudos Pecuários (IEPEC), e
da produção média brasileira que é de 4,38 litros/dia/animal, segundo o Sistema
de Inteligência Setorial (SIS). Além disso, a produção de 2018 no município foi
de 64,5 milhões de litros, com um faturamento de mais de R$ 80,6 milhões”,
enalteceu o consultor credenciado ao Sebrae/SC, Lazie De Col.
Outro dado que
comprova a importância econômica do setor para Itapiranga é a expansão da
produção de litros de leite/ano, mesmo com a redução no número de produtores
que desenvolveram a atividade nos últimos 10 anos. Segundo De Col, em 2007
exerciam a atividade 900 empresários rurais que tinham uma produção média de 30
milhões de litros/ano, já em 2018 o número de produtores reduziu para 662 e a
produção dobrou para 64 milhões de litros/ano.
Desenvolvimento
da bacia leiteira de Caibi
O terceiro projeto
refere-se à certificação de propriedade livre de brucelose e tuberculose, com a
participação de 32 produtores e acompanhamento de 2.500 animais. A iniciativa é
do Sebrae/SC com recursos do Sebraetec, da Prefeitura Municipal de Caibi por
meio da Secretaria Municipal de Agricultura, Câmara de Dirigentes Lojistas
(CDL) e laticínios locais. Estão previstas ações como a implantação de medidas
de qualidade do leite e certificação de brucelose e tuberculose conforme
legislação vigente. O objetivo é aumentar a lucratividade do produtor e majorar
o preço médio de venda do produto por qualidade e comprovação de sanidade.
No projeto de
saneamento para brucelose e tuberculose serão necessárias implantar as seguintes
medidas: atendimento de legislação específica; melhoria da posição no mercado;
aperfeiçoamento da qualidade do processo e da qualidade do produto; aumento no
percentual de faturamento e lucro líquido e diferenciação do produto ou
serviço. “O processo de certificação necessita de gestão de projetos, controle
e planejamento, conforme normativa. Por isso, é fundamental o comprometimento e
entendimento do empreendedor”, explicou o consultor credenciado ao Sebrae/SC.
O prefeito de
Caibi, Elói José Libano,
ressaltou que o programa valorizará as propriedades com a certificação e as
adequações para melhoria na qualidade do leite produzido, o que resultará na
ampliação no preço pago ao empresário rural. Outro reflexo benéfico será a
credibilidade do setor perante ao mercado. “Nosso objetivo é auxiliar na
expansão da bacia leiteira, uma vez, que temos muitos investidores para o
segmento. Com melhoria da qualidade e da gestão das propriedades todos ganham:
produtor, indústria, município e consumidor final”, destacou.
O gerente regional
Extremo Oeste do Sebrae/SC, Udo Trennepohl, explicou que nos dois
municípios foram utilizados recursos do Sebraetec, visando desenvolver a cadeia
leiteira com foco na melhoria da rentabilidade das propriedades. “Tudo isso
para que o empresário rural gere mais lucratividade no seu negócio vinculado à
bovinocultura de leite. Aliado a isso, temos as ações do Programa Cidade
Empreendedora, realizado pela Prefeitura e Sebrae/SC, que vêm obtendo
expressivos resultados no que se refere ao desenvolvimento econômico e social
nos dois municípios”.
Números da
bovinocultura leiteira em Caibi
O plantel leiteiro
de Caibi compreende 11.500 animais, sendo 6.500 vacas em lactação, que tem uma
produção média de 12,8 litros/dia/animal. Além disso, a produção de 2018 no
município foi de 30 milhões de litros, com um faturamento de mais de R$ 45
milhões. A produção do município em 2010 era de 12,5 milhões/litros/ano e
passou para 30 milhões/litros/ano, o que corresponde a um aumento da produtividade
de 150%.
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