Cara e possivelmente inviável. A conclusão é da Valec,
empresa de Engenharia, Construções e Ferrovias do governo federal, sobre a
proposta da ferrovia Leste-Oeste em Santa Catarina, que ficou conhecida como
Ferrovia do Frango. Um banho de água fria depois de uma longa espera – o
projeto é promessa antiga, que já encontra o terceiro ocupante no Palácio do
Planalto.
Trata-se do resultado de um detalhado (e demorado) estudo de viabilidade
técnica, econômica e ambiental, o EVTEA. Para chegar à conclusão, a Valec
avaliou dois traçados possíveis. Ambos partindo de Dionísio Cerqueira, no
Extremo Oeste.
Um deles, em formato de Y, bifurcaria ao chegar ao Litoral, com paradas
finais em Imbituba e Tijucas. Avaliada em R$ 21 bilhões, a alternativa ficou
cara demais e, para a Valec, não teria viabilidade socioeconômica.
O traçado considerado mais factível pela empresa federal liga Dionísio
Cerqueira a Itajaí. O preço ainda é alto, soma R$ 17 bilhões – o que faz com
que não tenha viabilidade financeira, ou seja, garantia de retorno para uma
possível empresa exploradora do serviço. Mas, diferente o traçado em Y, nesse
caso há viabilidade socioeconômica. O que significa que a implantação traria
benefício suficiente para justificar o investimento pesado.
Alteração
O resultado do estudo é desanimador, ainda que as ferrovias sejam uma
aposta do Ministério da Infraestrutura. Ocorre que o governo federal não tem
verba para um investimento tão alto. E a iniciativa privada não se interessa
por projetos que não tragam garantia de retorno. Egidio Martorano,
secretário-executivo da Câmara para Assuntos de Transporte e Logística da
Fiesc, que acompanha o andamento do processo, diz que o resultado não
surpreende.
A entidade, que defende um modelo logístico multimodal em SC, propôs uma
alteração no projeto que tem Itajaí como ponto final. A ideia é iniciar a
ferrovia em Chapecó, o que excluiria os primeiros quilômetros e reduziria o
custo, aumentando a viabilidade financeira. A Valec ficou de apresentar uma
nova versão do projeto.
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