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No penúltimo
relatório Focus do ano, o Banco Central revisou para baixo a expectativa para a
inflação deste ano. A nova previsão é que o Índice de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) – cálculo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas
(IBGE) que mede a variação do preço de produtos e serviços no varejo,
referentes ao consumo pessoal das famílias –, feche o ano em 5,76%, 0,03 ponto
percentual a menos do que o calculado na semana passada (5,79%).
Para o economista
Mauro Rochlin, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o anúncio de redução do preço
da gasolina e diesel feito pela Petrobras teve papel importante na redução da
previsão do IPCA. “A queda do preço do petróleo permitiu essa redução no preço
dos combustíveis e isso certamente influenciou a pesquisa Focus que foi
divulgada esta semana”, comenta o especialista.
Ainda assim, a
inflação vai fechar o ano acima da meta anunciada pelo Banco Central, que é de
3,5%, e até da margem de 1,5% para mais ou para menos. Isso, segundo o
conselheiro do Conselho Regional de Economia (Corecon-DF) Guid Nunes, ocorreu
por diversos fatores, principalmente externos.
“Problemas do preço
do petróleo que aumentou o custo da energia, a inflação na Europa e Estados
Unidos. Então o custo aumentou bastante para os demais países – e isso nos
afetou também. Os nossos produtos agrícolas, que subiram bastante do ponto de
vista de potencial de exportação, provocaram também um efeito interno. E, junto
com isso, a guerra da Ucrânia”, elenca o economista.
Mas se a inflação
em 2022 mostra recuo, os analistas do mercado financeiro elevaram as expectativas
para os anos de 2023 e de 2025. De acordo com as instituições ouvidas, a
tendência é que a inflação suba 5,17% em 2023, índice anteriormente previsto em
5,08%; e 3,10% em 2025, para quando era esperada alta de 3,02%. Para 2024, a
variação dos preços prevista permaneceu em 3,50%.
PIB
Além disso, as mais
de 100 instituições financeiras consultadas semanalmente pela autarquia
brasileira também passaram a projetar um Produto Interno Bruto (PIB) maior
tanto este ano quanto no ano que vem. Há duas semanas, o crescimento do PIB
para 2022 passou de 2,80% para 3,05%.
Rochlin entende que
essas revisões do PIB feitas pelo Banco Central refletem um otimismo do mercado
com a propostas do novo governo para mais investimento do setor público na
economia, ainda que num nível muito aquém do ideal. “A gente tá acompanhando a
negociação com relação a PEC da Transição, essa que contempla um bolsa família
de R$ 600, e esses estímulos fiscais devem ajudar a que haja um crescimento um
pouco maior no ano que vem.” A previsão para 2023 é que a economia brasileira
cresça 0,79%, 0,04 p.p. a mais do que o previsto na semana passada.
Esse pessimismo é
acompanhado por Nunes, que analisa o cenário internacional: “Para 2023 teremos
uma recessão econômica. Queda na taxa de crescimento da China, isso afeta o
mundo e, junto com isso recessão econômica na Europa e Estados Unidos também
não vão nos pressionar, quer dizer, vão nos trazer dificuldades para a economia
brasileira.”
Relatório Focus
Divulgado
semanalmente pelo Banco Central, o Boletim Focus é um relatório que resume as
projeções do mercado para a economia. Ele é formulado a partir de pesquisas
macroeconômicas realizadas por instituições como bancos, consultorias,
corretoras, universidades e distribuidoras.
Também chamado de
Relatório Focus, ele é publicado toda segunda-feira no site oficial do Banco
Central do Brasil e reúne uma série de indicadores, como projeções da inflação,
PIB e câmbio. O relatório ajuda a desenhar o cenário econômico, bem como
comparar os resultados da semana anterior e de quatro semanas antes, o que
ajuda a visualizar a tendência dos indicadores.
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