Devido à quarentena
imposta pela pandemia do coronavírus, a Secretaria da Receita Federal estendeu
o prazo deste ano para a prestação de informações sobre o Valor da Terra Nua
(VTN). Como as administrações municipais precisam se reunir com os pequenos,
médios e grandes produtores para definir um valor médio, a prestação das
informações que servirão de base para a cobrança do Imposto Territorial Rural
(ITR) poderá ser adicionada ao sistema da Receita até o dia 30 de junho.
O Valor da Terra
Nua é calculado em cada região levando em conta uma normativa da Receita
Federal. Prefeituras e produtores calculam, segundo os critérios do documento,
todos os gastos com benfeitorias, como cercas, casas, limpeza do terreno, entre
outros, e o valor que sobra é o de Terra Nua, ou seja, aquele que será tomado
como base para o pagamento do Imposto Territorial Rural.
Segundo Renato
Conchon, Coordenador do Núcleo Econômico da Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil (CNA), os encontros para a definição desse valor normalmente
ocorrem em audiências públicas dentro do território municipal ou em reuniões na
secretaria de agricultura dos municípios. E como as aglomerações estão
proibidas, os contribuintes poderiam ser lesados se o VTN fosse estipulado sem
as reuniões.
“Agora, as
prefeituras, junto com os produtores rurais, poderão debater melhor entre eles
os valores médios de terra nua de cada município do Brasil, e que façam os
lançamentos dentro de valores aceitáveis. As prefeituras verificando seus
valores e os produtores rurais colocando a contraposição, para que não haja
tributação excessiva do contribuinte e que as prefeituras também não percam os
valores, que seja um valor justo”, ressaltou.
A Normativa Nº
1.939 da Receita Federal que adiou a data de prestação de informação sobre o
Valor da Terra Nua veio em boa hora, uma vez que a área rural é uma das mais
impactadas economicamente com a pandemia. Segundo Renato, vários produtores
estão impossibilitados de vender seus produtos.
“Os produtores que
mais estão sofrendo são os produtores de flores, porque neste momento a
população está optando por adquirir alimento e não flores, e produtores também
de hortaliças e frutas por conta da dificuldade de comercialização de sua
produção, porque muitos deles comercializam suas produções por meio de feiras
livres, que estão proibidas neste momento. Assim, muitos produtores rurais não
estão tendo receita”, apontou Renato.
Segundo informações
da CNA, vários outros seguimentos rurais também estão sendo impactados pela
pandemia, uma vez que a demanda está menor e os preços despencaram. A
Confederação foi uma das entidades representativas de produtores rurais a
solicitar a prorrogação junto à Receita Federal e espera que o setor se
normalize logo, assim que houver o relaxamento do distanciamento social.
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