O senador Weverton
Rocha (PDT-MA), relator do projeto de lei que altera regras na prestação de
contas dos partidos nas campanhas eleitorais, confirmou
nesta terça-feira (17) que fez três alterações no texto com o objetivo de
tentar aprovar a proposta a tempo de as mudanças valerem para as eleições de
2020.
Após reunião com consultoria técnica nesta manhã, Weverton Rocha
confirmou que vai levar a proposta para votação ainda nesta terça, mesmo com
resistência de parte dos parlamentares e críticas à proposta.
"Eu tenho conversado com todos os líderes partidários dessa casa,
além de revisora do projeto, ela é uma casa de acordo, de entendimento em que
nós vamos conversar, continuar conversando até a leitura final do relatório no
plenário", afirmou o senador.
Propostas do relator para alteração do
texto:
Segundo o senador Weverton Rocha são ajustes de redação e supressões,
que o regimento do Congresso permite para que o texto não precise voltar à
Câmara dos Deputados.
Prestação de contas de campanha: o projeto original diz que a contabilidade
pode ser feita com qualquer sistema disponível no mercado. Esse ponto foi
duramente criticado por especialistas que acham que a transparência nas contas
estaria em risco. Um ajuste de redação quer manter esta proposta, desde que o
sistema de contabilidade seja homologado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Pagamento de advogados: o relator também vai propor a supressão de
uma palavra no texto original que abriria brecha para que candidatos acusados
de corrupção pudessem pagar advogados de defesa com recursos do fundo
partidário, um dinheiro que é público.
Barrados pela Lei da Ficha Limpa: uma brecha no texto que permite que candidatos
barrados pela ficha limpa possam concorrer à eleição. Nesse caso, para dar
agilidade e evitar que o texto volte à Câmara, vai ser preciso um acordo com a
base do governo para garantir que o presidente Jair Bolsonaro vete este ponto.
A senadora Simone Tebet (MDB-MS), presidente da Comissão de Constituição de Justiça, defende que a proposta seja discutida pelo colegiado antes de ser aprovada pelo plenário do Senado.
"Não passar pela comissão mais importante que analisa a legalidade
e a constitucionalidade do projeto, no minimo já demonstra que esse projeto não
tem condições, não está maduro o suficiente pra ser votado em plenário. Esse
balizamento precisa existir pra que os senadores possam votar de acordo com a
sua consciência", afirmou.
De acordo com a senadora, há três caminhos para o projeto. Um deles
seria que os líderes entrassem em acordo quanto às mudanças e o texto passe
pela CCJ nesta quarta-feira (18), e no mesmo dia para votação no plenário.
Outra possibilidade, segundo a senadora, seria que o projeto fosse
amplamente discutido, com mais prazo. O terceiro caminho seria aprovar apenas
parte das propostas agora, e restante depois, até mesmo o ano que vem.
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