O presidente do
tribunal de julgamento do processo de impeachment contra o governador Carlos
Moisés (PSL) e a vice-governadora Daniela Reinehr (sem partido) marcou para 23
de outubro a sessão para discutir e votar o relatório da denúncia, entregue na
quarta-feira (7). Na data, a reunião começará às 9h no plenário da Assembleia
Legislativa de Santa Catarina (Alesc).
A solicitação de
afastamento do governador e da vice foi oficializada em julho e aponta suspeita
de crime de responsabilidade em aumento salarial dado aos procuradores do
estado em 2019. As defesas de Moisés e Reinehr negam que tenha havido crime de
responsabilidade fiscal.
Além de marcar a
data de sessão da votação, o desembargador Ricardo Roesler também determinou,
na manhã desta quinta (8), que sejam distribuídas cópias do relatório a todos
os integrantes do tribunal de julgamento e a Moisés e Reinehr.
O governador e a vice serão notificados sobre a data da sessão de votação. As cópias do parecer foram distribuídas sem a conclusão do relator e será publicada desta forma no Diário da Alesc.
O relatório sobre a denúncia foi feito pelo relator do tribunal de julgamento, o deputado Kennedy Nunes (PSD), escolhido por sorteio. O tribunal é composto por cinco parlamentares da Alesc, designados após uma votação na assembleia, e cinco desembargadores, nomeados através de sorteio. A formação do grupo ocorreu em 23 de setembro.
Defesas
Em nota, o advogado
de Moisés, Marcos Probst, afirmou que "a defesa confia na decisão técnica
por parte do colegiado do Tribunal Especial, à luz do que preconiza o Estado
Democrático de Direito, com base na legislação vigente e nos fatos e provas constantes
do processo, que, no entendimento da defesa, não autorizam o prosseguimento do
processo de impeachment, tampouco o afastamento do Governador e da
Vice-Governadora do Estado, eleitos democraticamente pelos catarinenses e alvos
de um processo que tem origem em questões político-partidárias".
Como será a votação
do relatório?
Em 23 de outubro, o relator fará a leitura do parecer. Os advogados do denunciante, o defensor público Ralf Zimmer Junior, e de Moisés e Reinehr terão 15 minutos cada para se manifestar.
Em seguida, o relator falará o voto, se a denúncia deve ou não ser aceita. Os demais integrantes podem pedir mais esclarecimentos e poderá ser dada vista pelo prazo de cinco dias.
O presidente da Alesc, Julio Garcia (PSD), seria o primeiro na linha sucessória para assumir. Em menos de um mês, ele foi denunciado duas vezes pelo Ministério Público Federal (MPF) por crimes como lavagem de dinheiro, corrupção e fraude em licitação, investigados na Operação Alcatraz. As denúncias são analisadas pela Justiça Federal. A defesa do deputado nega as acusações.
Se Garcia não puder assumir, quem assume o governo interinamente é Ricardo Roesler, presidente do TJSC.
O que acontece se a denúncia for aceita pelo tribunal de julgamento?
Se na votação de
julgamento Moisés e Reinehr forem absolvidos, eles voltam aos cargos e recebem
o um terço de salário que foi descontado. Contudo, se os integrantes do
tribunal votarem pela condenação, os dois perdem os cargos e são inabilitados
para o exercício da função público. A condenção só pode ocorrer com um mínimo
de sete votos.
Como a denúncia
chegou até o tribunal de julgamento?
O pedido de
impeachment foi aceito pela Alesc em 22 de julho. Oito dias depois, a
assembleia abriu oficialmente o processo. Foi feita uma comissão especial para
analisar a denúncia. O relator escolhido foi Luiz Fernando Vampiro (MDB). Em 15
de setembro, a comissão votou por unanimidade por aprovar o relatório e seguir
com a denúncia. O alvo, além de Moisés e da vice, também era o ex-secretário de
Administração, Jorge Tasca, mas ele pediu exoneração e foi retirado do
processo.
Pedido de
impeachment
O reajuste ocorreu
no ano passado. O autor do documento é o defensor público Ralf Zimmer Júnior.
Segundo ele, o reajuste deveria ter sido feito por meio de aprovação de projeto
de lei na Assembleia.
Nesta quinta, o
relator Valdir Cobalchini (MDB) entregou uma síntese do relatório, algo que não
está previsto no regimento interno da Alesc. Ele pediu aos demais integrantes
da comissão que apresentassem sugestões em um prazo de 48 anos. A votação do
relatório deve ocorrer na próxima terça-feira (13).
Há ainda um terceiro pedido, que segue em análise. Ele é resultado de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a compra de respiradores.
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