O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) é o novo presidente do
Senado. Ele comandará o Congresso pelos próximos dois anos, até fevereiro de
2023. Eleito com 57 votos, 16 a mais que os 41 necessários, Rodrigo Pacheco
teve como concorrente a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que obteve 21 votos. Os
senadores Major Olimpio (PSL-SP), Jorge Kajuru (Cidadania-GO) e Lasier Martins
(Podemos-RS) retiraram as candidaturas para apoiar a senadora.
No seu primeiro pronunciamento como presidente, Rodrigo
Pacheco reforçou o que havia falado no seu discurso como candidato, em que
defendeu a "pacificação das relações políticas e institucionais". Ele
também reafirmou o compromisso com a independência do Senado, mas disse que
trabalhará em prol da governabilidade, para que reformas e projetos de
interesse da sociedade sejam aprovados.
— Vamos atuar com vistas no trinômio saúde pública,
desenvolvimento social e crescimento econômico, com o objetivo de preservar
vidas humanas, socorrer os mais vulneráveis e gerar emprego e renda aos
brasileiros. Urge livrar o Brasil dessa avassaladora e trágica pandemia, que já
vitimou mais de 225 mil irmãos brasileiros — disse o novo presidente, que pediu
o apoio dos demais senadores.
Ele prometeu respeitar as opiniões divergentes e garantir os
direitos da minoria, colocando em pauta projeto para a criação de uma liderança
da oposição. Também se comprometeu a ouvir o Colégio de Líderes para elaborar a
pauta do Senado e a ouvir todas as forças políticas e a trabalhar em conjunto
com os demais Poderes.
Ao cumprimentar Pacheco, o ex-presidente do Senado, Davi
Alcolumbre(DEM-AP), reproduziu as palavras que ouviu do senador José Maranhão
(MDB-PB) durante a última eleição para a presidência do Senado, em 2019.
Maranhão está internado desde dezembro em razão de complicações decorrentes da
covid-19.
— Eu quero neste momento congratular-me com o senador
Rodrigo Pacheco pela sua eleição à presidência do Senado da República,
desejando-lhe todo o sucesso, todo o êxito, e lembrando a Vossa Excelência que,
agora, não existem mais três, quatro, cinco candidaturas. Existe o Senado da
República e caberá ao senador Rodrigo Pacheco conduzir esta Casa com
equilíbrio, altivez e independência em favor do Brasil — afirmou Davi.
Apoio
Rodrigo Pacheco recebeu o apoio formal de dez partidos: DEM,
PT, PP, PL, PSD, PSC, PDT, Pros, Rede e Republicanos. Além disso, foi apoiado
por parte do MDB, partido da senadora Simone Tebet. Após ter anunciado o nome
dela como candidata, o partido, que tem a maior bancada do Senado, retirou o
compromisso e a senadora se lançou como candidata independente.
Ao fazer seu pronunciamento e pedir os votos dos colegas,
Simone Tebet (MDB-MS) defendeu a retomada da agenda de reformas estruturantes,
especialmente a tributária, para que haja crescimento com distribuição de
renda. Ela também ressaltou o fato de ser a primeira mulher a disputar a
presidência da Casa e citou uma frase do seu pai, o ex-presidente do Senado
Ramez Tebet, que morreu em 2006.
— Vi e aprendi que uma disputa não se ganha elevando-se o
tom, mais ou menos como o som de um berrante, mas com a força do argumento. O
Congresso Nacional não é a Casa do radicalismo. O Congresso Nacional é a Casa
dos grandes debates, do entendimento.
Antes de anunciarem a desistência das candidaturas para
apoiar Simone Tebet, os senadores Jorge Kajuru, Lasier Martins e Major Olímpio
também se pronunciaram. Os pronunciamentos dos três foram marcados por críticas
à condução do Congresso por Davi Alcolumbre e à interferência no processo de
eleição do novo presidente.
Votação
A eleição foi feita com voto secreto e presencial, com os
votos de 78 senadores, já que três parlamentares estavam impossibilitados de
comparecer. A votação se deu por meio de cédulas de papel inseridas em
envelopes. Além das duas urnas dentro do Plenário, foram instaladas mais duas,
uma no Salão Azul e uma na Chapelaria, destinadas aos senadores considerados do
grupo de risco da covid-19 e aos que não se sentissem à vontade para votar em
plenário.
A eleição dos novos membros da Mesa do Senado será feita na
terça-feira (2). No dia seguinte, será a vez da sessão solene de abertura do
ano legislativo. A cerimônia, conduzida pelas novas Mesas das duas Casas, marca
a retomada das atividades do Poder Legislativo após o recesso parlamentar. Já
para quinta-feira (4) Rodrigo Pacheco anunciou sessão deliberativa para votar
medidas provisórias.
Perfil
O novo presidente do Senado tem 44 anos. Nascido em Porto
Velho (RO), Pacheco cresceu em Passos (MG) junto à mãe, Maria Imaculada Soares,
que era professora estadual, e aos irmãos. Aos 15, mudou-se para Belo Horizonte
(MG), onde concluiu a faculdade de direito pela Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e iniciou a carreira.
Especialista em direito penal, ele foi o mais jovem
conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil, entre 2013 e
2015. Além disso, Pacheco foi auditor do Tribunal de Justiça Desportiva do
Estado de Minas Gerais e membro do Conselho de Criminologia e Política Criminal
do Estado de Minas Gerais.
Em 2014, foi eleito deputado federal. Na Câmara dos
Deputados, Pacheco presidiu a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Em
2018, ele foi eleito senador, com 20,49% dos votos de seu estado, Minas
Gerais. No Senado, Pacheco foi vice-presidente da Comissão de
Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor
(CTFC) no biênio 2019-2020.
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