A polícia do
Paraguai fez buscas na noite desta quarta-feira (4) na suíte onde está
hospedado o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho em um hotel próximo à capital
Assunção. Os agentes relataram ter agido após denúncia do Departamento de
Identificações da Polícia Nacional por suspeita de que o jogador e o seu irmão,
Roberto de Assis Moreira, estivessem portando passaportes falsos.
Foram apreendidos
dois passaportes paraguaios considerados presumidamente adulterados e que
estavam em nome de Ronaldinho e do irmão. Telefones celulares também foram
recolhidos. Um brasileiro de 45 anos foi detido, mas a polícia não detalhou
qual seria a sua ligação com o caso.
Segundo o jornal
“La Nacion”, o jogador foi detido ainda durante a noite, junto com o irmão.
Tanto Ronaldinho quanto Assis foram convocados a prestar esclarecimentos ao
Ministério Público na manhã desta quinta-feira (5).
A operação policial
ocorreu na suíte presidencial do Hotel Resort Yacht y Golf Club em Lambaré,
vizinho a Assunção. O registro da ocorrência mostra que os agentes chegaram ao
local às 21h15.
O craque chegou ao
Paraguai vindo do Rio, tendo sido recebido por uma multidão no desembarque no
Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção. Os passaportes
supostamente adulterados teriam sido apresentados pelo ex-jogador e pelo seu
irmão no momento de entrada no país, apesar de o Paraguai aceitar o RG
brasileiro como documento para acesso ao seu território.
Ronaldinho tinha
previsão de participar de alguns eventos e de ação beneficente para crianças,
do lançamento de uma biografia, além de uma ação social de uma empresária. O
advogado do ex-jogador está indo para o Paraguai.
A denúncia da
Polícia Nacional foi levada à procuradoria-geral do país, que coordenou a
operação após determinação judicial. O comunicado da polícia ressalta que foi
providenciado que eles permaneçam nos quartos, devendo comparecer nesta quinta,
às 8 horas, na sede do Ministério Público. Aos policiais, eles disseram que
foram ao Paraguai a convite de Nelson Belotti, dono do cassino Il Palazzo, e
que depois foram contatados por um representante da fundação “Fraternidade
Angelical”.
À rádio paraguaia
ABC Cardinal, o ministro do Interior, Euclides Acevedo, disse que será aberta
uma investigação. “Nós não só estamos querendo investigar a adulteração, mas
também as autoridades que permitiram esta irregularidade de procedimento”,
disse. Ele acrescentou que os documentos teriam sido adulterados “para por os
nomes dessas pessoas e que por isso foi feita uma denúncia”. “Como autoridades
de Estado, não podemos permitir esse tipo de adulteração, seja de quem for.”
Além disso, a
Procuradoria paraguaia declarou no início da madrugada desta quinta que foram
encontrados vários documentos paraguaios com o nome do jogador e de seu irmão.
“A investigação está em curso”, informou o órgão.
Problemas com o passaporte
Ronaldinho fechou
acordo em setembro de 2019 com o Ministério Público do Rio Grande do Sul para
liberar o seu passaporte, que estava retido pela Justiça, o que o impedia de
realizar viagens internacionais. Ele realizou pagamento, em valor que não foi
revelado e acertado em acordo, que permitiu a liberação do documento.
Anteriormente,
Ronaldinho e seu irmão Assis haviam sido condenados por crime ambiental em
Porto Alegre, em área protegida, no Lago Guaíba. A condenação os multou em
cerca de R$ 8,5 milhões. E como não havia feito o depósito do valor, o
passaporte do craque havia sido retido pela Justiça, assim como o de Assis.
No ano passado, o
ex-jogador foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro como embaixador do
Turismo. No fim de outubro, já com o passaporte liberado, viajou para disputar
partida festiva em Israel.
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